Com apoio dos senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama já garantido em qualquer circunstância, ministro da Justiça vem usando seu poder e sua influência agora para emparedar o governador Carlos Brandão e outros líderes partidários, antigos ou novos; independentemente do seu futuro em Brasília, o objetivo é reunificar o grupo com o qual venceu as eleições de 2014 e comandou os destinos do Maranhão até 2022
Ensaio
O governador Carlos Brandão (PSB) tem exatos dois anos e seis meses de mandato; é este período que ele dispõe para construir uma imagem e deixar o legado do seu governo, garantindo a eleição do maior número de aliados nos municípios e viabilizando o próprio futuro político
O ministro da Justiça Flávio Dino sabe disso antes mesmo de o governo começar, ou seja, tem consciência do prazo de validade do aliado.
E é com esta conta na cabeça que Dino vem emparedando Brandão a cerrar fileiras com seu candidato a prefeito de São Luís, o deputado federal Duarte Júnior (PSB); Dino quer todo mundo do seu grupo no palanque de Duarte já no primeiro turno.
Isso inclui PSDB e MDB, os dois partidos sob controle direto do Palácio dos Leões; qualquer outro movimento do governador pode ser considerado suicídio político.
Esta falta de carreira de Brandão em relação a Dino já havia sido demonstrada ainda em agosto neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Encruzilhada à frente para Brandão em 2024…”.
A Brandão é ofertada a primeira vaga de candidato a senador nas eleições de 2026, em que o atual vice-governador Felipe Camarão (PT) será o candidato de todo o grupo ao governo; a segunda vaga de senador é do atual ocupante do posto, o pedetista Weverton Rocha.
A realiança entre Dino e Weverton foi contada neste blog Marco Aurélio d’Eça no post “Em paz, Weverton e Flávio Dino já têm planos para 2026…”.
Já a chapa pacificada para a sucessão de Brandão também foi tema deste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O papel de Eliziane Gama no grupo Dino/Brandão em 2026…”.
No projeto hegemônico de reorganização do grupo Flávio Dino, também é garantido ao governador uma forte articulação em favor do empréstimo que ele espera conseguir para sustentar o governo a partir de 2024; este apoio também inclui Weverton no Senado, ele que já havia se manifestado criticamente em relação ao tema.
Mas para isso, Brandão e seu grupo precisam cerrar fileiras integrais em torno de Duarte Júnior em 2024 e de Felipe Camarão em 2026; o grupo brandonista na visão de Dino, inclui hoje também o MDB sarneysista e o PSDB, partidos sob influência direta do Palácio dos Leões.
Com a família toda em Brasília e parte dos parentes já arrumada no Maranhão, Brandão nem cogita repetir o feito de José Reinaldo, por que sabe a importância que é encerrar a carreira política como senador da República.
Como já tem garantias do grupo de Weverton Rocha, seu PDT, e do deputado federal Josimar Maranhãozinho e seu PL, Dino começa agora a tratar diretamente com os deputados federais André Fufuca e Juscelino Rezende (ambos ministros do governo Lula) e Pedro Lucas Fernandes.
A articulação com os três visa ter o PP e o União Brasil já a partir do ano que vem e assim consolidar a retomada integral do grupo com o qual passou a comandar o Maranhão a partir de 2014; e desta vez agregando também o que restou do grupo Sarney.
Ficariam isolados na oposição apenas o prefeito de São Luís Eduardo Braide e alguns gatos pingados – na direita e na esquerda – que sobraram das eleições de 2022.
E o ex-comunista consolidaria pelo menos mais 12 anos de poder no Maranhão.
Estando ou não no Supremo Tribunal Federal…