Apesar de cotado para a vaga da ministra Rosa Weber – que antecipou para este mês de setembro a sua aposentadoria que só se daria em outubro – ministro da Justiça mantém seu nome em evidência para obter cacife diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode indicar qualquer pessoa ligada ao Direito, entre ministros de tribunais superiores, desembargadores federais e estaduais, juízes, advogados e até políticos
A derrota do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Paulo Velten, na disputa por uma vaga no Superior Tribunal de Justiça aumentou o cacife do ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) em Brasília.
Dino era tido como padrinho de Velten na disputa, mas trabalha mesmo é pela chegada do amigo e aliado político desembargador federal Ney de Barros Bello Filho a um dos tribunais superiores – Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal.
A aposentadoria da ministra Rosa Weber no STF – antecipada de outubro para setembro por ela própria – passou a ser o novo alvo de Dino; tanto que seu nome voltou a ser apresentado como alternativa em sites amigos nesta sexta-feira, 1º.
A estratégia é a seguinte: o ministro da Justiça mantém-se em evidência para que ganhe força com o presidente Lula e indique o aliado Ney Bello para a vaga.
Quem acompanha os bastidores do poder em Brasília ouve a todo momento esta pretensão dinista.
Um dos obstáculos à articulação do ministro da Justiça seria a pressão do movimento feminista para Lula indicar uma mulher; mas a nomeação da advogada Daniela Teixeira para o STJ no início da semana deixou o presidente livre para escolher qualquer outro nome para o STF.
O sonho de Flávio Dino é ser presidente da República; sabe que tem amplas chances de viabilizar-se nos próximos quatro, oito, 12 anos. A ida para o Supremo agora adiaria este sonho por pelo menos 20 anos.
Além disso, com a força política que exerce nos meios jurídicos de Brasília, ele sabe que pode chegar à Corte a qualquer momento nesta linha do tempo – caso algo dê errado na carreira política – sobretudo com a manutenção do projeto de poder de centro-esquerda em Brasília.
E garantindo o aliado Ney Bello agora, amplia ainda mais este cacife político-judicial…