Crise no governo Brandão se amplia e já ameaça salário de servidor…

Embora evitem tocar publicamente no tema, deputados da base governista estão em estado de alerta diante do atraso no repasse constitucional aos demais poderes e à inadimplência crescente com fornecedores; governador tenta solução com empréstimo, mas esbarra na dívida que tem com o Governo Federal após dar calote em duas parcelas do empréstimo de 2013

 

De férias desde a semana passada, Brandão deixou o problema da crise par ser enfrentado por Felipe Camarão

Deputados da base governista começaram a admitir pela primeira vez nesta terça-feira, 22, a crise financeira enfrentada pelo governo Carlos Brandão (PSB); embora evitem dar declarações sobre o assunto, já temem, inclusive, o risco de atraso no salário do servidor público.

Pelo segundo mês consecutivo, enquanto o prefeito Eduardo Braide (PSD) anunciou antecipação do pagamento para este sábado, 26, o governo manteve a data original do calendário, até o quinto dia útil de setembro, da mesma forma que fez com o salário de julho, pago apenas em 1º de agosto.

Com a crise financeira, o governo atrasou pelo terceiro mês consecutivo o repasse da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, que, por sua vez, atrasam pagamento de fornecedores, gerando uma bola de neve que atinge diretamente o trabalhador terceirizado.

O pior é que, neste mês, o governador decidiu tirar férias em meio aos reclames, deixando o problema nas mãos do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Novo empréstimo está inviabilizado por inadimplência

Como revelou com exclusividade o blog Marco Aurélio d’Eça, em 1º de agosto, Brandão busca um novo empréstimo para o Maranhão, no montante de R$ 4 bilhões; é com ele que pretende debelar a crise, pelo menos até abril do ano que vem.

O problema é que o governador já deu calote nas duas últimas parcelas do empréstimo que foi feito em 2014, ainda no governo Roseana Sarney (MDB); ao conseguir do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal, a suspensão das duas parcelas, de R$ 276 milhões, Brandão obrigou a União a quitá-las, como fiadora da operação com o Bank Of América.

Mas para conseguir a aprovação de um novo empréstimo no Senado, o Maranhão precisa quitar a dívida com a União e se preparar para por em dia as parcelas do Bank Of América, o que resulta em um montante de quase R$ 1 bilhão retirados dos cofres públicos maranhenses.

O clima nas secretarias estaduais também é de extrema preocupação até com o funcionamento da máquina no dia dia.

Mas o risco maior é ver o servidor público sem salários…

Marco Aurélio D'Eça