Senador tenta montar um discurso de oposição ao governo Carlos Brandão enquanto deputados federais, estaduais, vereadores, lideranças do PDT e aliados políticos se alinham publicamente ao projeto de poder que o Palácio dos Leões vem montando no estado desde janeiro, quando o atual governador tomou posse
Análise da Notícia
O senador Weverton Rocha (PDT) fez nesta terça-feira, 11, sua terceira manifestação pública de contraponto ao governador Carlos Brandão (PSB), com quem disputou as eleições de 2022: de forma justa, cobrou de Brandão que não esqueça de lembrar a origem dos recursos quando anuncia benefícios para o Maranhão.
O senador pedetista foi um dos responsáveis pela aquisição de viaturas e armamentos entregues nesta segunda-feira, 10, para a Segurança Pública em São Luís e no interior; as emendas parlamentares do senador e de outros, foi ignorada por Brandão na cerimônia de entrega dos equipamentos.
Ao reclamar nas redes sociais, Weverton põe as coisas no devido lugar.
Mas ocorre que na plateia do evento – e entre os beneficiários das viaturas e armas – estavam deputados federais, estaduais, vereadores, prefeitos, lideranças pedetistas e outros aliados políticos do próprio senador.
Derrotado nas eleições de 2022, Weverton Rocha vive hoje o maior desafio de sua reluzente carreira política: controlar o PDT, seu próprio partido.
Depois de um período de silêncio de oito meses no pós eleição, o senador pedetista começou a se movimentar mais abertamente, se não como claro oposicionista, pelo menos como contraponto a Brandão; mas àquelas alturas, o único deputado federal do PDT – Márcio Honaiser – a bancada de deputados estaduais e, sobretudo, os vereadores do partido, já estavam absolutamente alinhados ao projeto de Brandão.
O blog Marco Aurelio d’Eça registrou esta retomada de Weverton no post “Embora ainda tímido, Weverton quebra o silêncio…”.
Todos os deputados estaduais do PDT – Glalbert Cutrim, Osmar Filho, Cláudia Coutinho e Drª Viviane – estão na bancada governista e têm sido agraciados com ações de Brandão; entre os vereadores, o alinhamento é ainda mais intenso, com Raimundo Penha, Pavão Filho e Nato Júnior fechados, inclusive, com o projeto eleitoral de Brandão para as eleições de 2024.
Não há dúvidas de que o período sabático experimentado pelo líder pedetista contribuiu para a debandada dos aliados, que inclui ainda prefeitos e parlamentares de outras legendas que somaram com ele nas eleições do ano passado.
Mas ainda há algumas dúvidas sobre atual momento político maranhense: haverá um desdobramento prático na guerra fria travada entre o governador Carlos Brandão e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB)? E este desdobramento significará dois grupos políticos na disputa pelo Palácio dos Leões em 2026?
Se aposta neste rompimento, Weverton toma a posição correta ao se posicionar – ainda que timidamente – em contraponto a Carlos Brandão, apostando no realinhamento a Flávio Dino, com quem sempre teve maior identidade ideológica.
Mas para ter, de fato, a importância necessária no embate de 2026 precisa vencer este atual desafio.
E tomar as rédeas do próprio partido…