Rede de cinemas cujas salas foram atingidas pelo incêndio do dia 7 de março – resultando na morte de duas pessoas – encaminhou petição administrativa ao CNJ, ao Conselho Nacional do Ministério Público e aos promotores responsáveis pela investigação em que relata – e apresenta provas – de uma série de ações dos delegados Jeffrey Paula Furtado, George Antônio da Silveira Marques e Clarismar de Oliveira Campos Filho e dos peritos do Instituto de Criminalística, reforçando a suspeita de uma rede de proteção pública em favor do shopping, já denunciada neste blog Marco Aurélio d’Eça
A Redecine BRA Cinematográfica S.A. , dona do Cinesystem São Luís, que teve as salas de exibição destruídas pelo incêndio do dia 7 de março, no Rio Anil Shopping – fato que resultou na morte de duas pessoas – denunciou ao Conselho Nacional de Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público e aos promotores de Justiça que acompanham às investigações uma série de ações dos delegados da Polícia Civil e dos peritos do Instituto de Criminalística que podem levar à nulidade do laudo e do inquérito que investiga as causas do fatal incidente.
Assinado pelo advogado Alex Ferreira Borralho, a petição Administrativa cita nominalmente os delegados Jeffrey Paula Furtado, George Antônio da Silveira Marques e Clarismar de Oliveira Campos Filho e apresenta imagens, vídeos, trocas de mensagens telefônicas e até almoços conjuntos de peritos com funcionários do Rio Anil Shopping durante os trabalhos realizados no local.
Apresentado às autoridades no dia 11 de maio, antes mesmo do fim das investigações, o documento da Cinesystem reconhece o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros – que também elaborou laudo sobre o incêndio – mas põe dúvidas no trabalho do Icrim, segundo a Petição, fortemente contaminado por ações de agentes do próprio shopping e até mesmo de autoridades públicas interessadas na proteção da empresa maranhense.
Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou, com exclusividade, na última segunda-feira, 12, as claras divergências entre os laudos do Bombeiros e do Icrim, detalhadas no post “Icrim e Bombeiros divergem sobre causa de incêndio no Rio Anil Shopping…”.
Mas essas suspeitas levantadas agora pela rede Cinesystem também já haviam sido levantadas no blog Marco Aurélio d’Eça, ainda em março, no post “Estranhas ações sugerem rede de proteção ao Rio Anil Shopping no incêndio que matou duas…”.
Uma das mais graves acusações recaem sobre o perito Cláudio José Sousa da Silva, que, segundo a empresa de cinemas, entregou as chaves da área interditada na investigação a funcionários graduados do Shopping Rio Anil, tornando o local vulnerável.
– Essencial detalhar que as áreas que ficaram acessíveis por força da atitude do perito Cláudio José Sousa da Silva, são as seguintes: sala que os peritos estavam utilizando, o corredor com equipamentos retirados das cabines de projeção, o corredor de acesso as salas e bomboniere, as salas de exibição e a cabine de projeção. Aliás, ratificamos mesmo antes da referida data já existiam facilidades de entrada de funcionários do Rio Anil Shopping, como relatado no item “B.C.A.01 – diz o documento.
A partir deste episódio, relata o documento encaminhado às autoridades, começaram a sumir objetos alvos de perícia.
Com relação aos delegados, dentre outras coisas, a Cinesystem acusa a todos de agir parcialmente em favor do Rio Anil Shopping, inclusive liberado a e entrada de peritos particulares contratados pela própria empresa maranhense, mas indeferindo pedidos da empresa denunciante.
O fato é que, independente do mérito da empresa de cinemas, a investigação do poder público maranhense resta-se comprometida por influências externas, o que deve levar exatamente às calendas gregas o processo contra o Rio Anil Shopping, como já havia alertado este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Famílias de vítimas de incêndio temem esquecimento após reabertura do Rio Anil Shopping…”.
E só quem perdeu nisso tudo foram exatamente as famílias das vítimas fatais…