Responsabilizando o ministro da Justiça pela relação ruim com o Governo Lula, presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, chegou a conversar com o próprio Dino sobre a “coincidência de datas” entre a votação da Medida Provisória da estruturação dos ministérios e uma operação policial em Alagoas, base eleitoral do parlamentar
Análise da notícia
O que o Maranhão inteiro já tinha conhecimento desde 2018 – a suspeita de que o agora ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) usa estruturas de segurança a seu dispor contra adversários – começa a ganhar corpo entre a classe política de Brasília.
Setores da imprensa nacional apontam, nesta sexta-feira, 2, que Dino seria o pivô da crise de relacionamento entre o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), e o governo Lula (PT).
Lira acusa Dino de usar a estrutura da Polícia Federal para pressioná-lo a agir em favor do governo na Câmara.
Segundo a mídia nacional, Lira chegou a questionar ao próprio Dino da coincidência de datas da votação da Medida Provisória da reestruturação dos ministérios e uma operação da Polícia Federal em Alagoas, no início da semana. (Entenda aqui)
O presidente da Câmara não é a primeira liderança política de Brasília a suspeitar que Dino espione adversários – e até aliados – do Governo Federal; em março, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) acusou o ministro da Justiça de ter sido nomeado para o cargo só “após fazer chantagem contra Lula e o PT”. (Leia aqui)
A fama de que Flávio Dino usa o aparelho estatal para espionar aliados e adversários começou logo após o início de seu primeiro mandato, em 2015.
Mas a prova mais consistente desta operação surgiu em 2018, quando o blog Marco Aurélio d’Eça revelou, em, primeira mão, documento do comando da Polícia Militar determinando que os quarteis no interior monitorassem “lideranças não alinhadas ao governo Flávio Dino”.
O caso chegou a ganhar repercussão nacional mas foi abafado no Maranhão pela força estrutural que Dino mantém não apenas no setor político, mas no Judiciário e no Ministério Público.
A desconfiança de que ele mantenha aparato de arapongagem em benefício próprio, no entanto, começa a tornar-se cada vez mais público em Brasília, diante da exposição midiática a que o maranhense está submetido.
E espera-se que, finalmente, tire-se essa suspeita de espionagem a limpo.
De uma vez por todas…