Ministro da Justiça tenta controlar a indicação dos cargos federais, mas enfrenta resistência de setores que sempre deram as cartas no estado, o que pode ter levado, inclusive, o MDB para o controle do governador Carlos Brandão
Dono de poderoso cacife no governo Lula (PT), o ministro da Justiça Flávio Dino (PCdoB) tem conduzido toda a distribuição dos cargos federais no Maranhão.
Coube a Dino indicar ou dar a anuência para senadores e deputados federais indicar aliados, como ocorreu na Codevasf, no Iphan, no Incra e deve se repetir também na Pesca e outros órgãos federais no estado.
Mas Dino tem enfrentado um poderio histórico para emplacar o comando do DNIT, para onde ele tenta mandar o ex-secretário de Infraestrutura Clayton Noleto.
O órgão sempre foi espaço do MDB maranhense, ligado historicamente ao grupo Sarney. Membros do grupo já até indicaram o ex-deputado João Marcelo, filho do ex-senador João Alberto, fiel aliado do ex-presidente José Sarney.
A nomeação de Marcelo vinha sendo empacada pela resistência de Flávio Dino, que tem força política substancial na cúpula do governo.
Mas o grupo Sarney bateu o pé e se reforçou com o MDB nacional, que decidiu apoiar a articulação e buscou o apoio de ninguém menos que o governador Carlos Brandão (PSB).
Essa articulação explicaria a ida do irmão do governador, o diretor da Assembleia Marcus Brandão, para o comando do MDB maranhense.
A entrada de Marcus no partido passa agora pela definição do comando do DNIT, atravessa as eleiçoes de 2024 e desemboca na sucessão de Brandão, em 2026.
E deve frear os ímpetos hegemônicos de Flávio Dino em relação aos cargos federais…