Foram mais de R$ 100 milhões anunciados e supostos serviços feitos pelos prefeitos João Castelo e Edivaldo Júnior sem que o bairro passasse pelo menos um período chuvoso sem as inundações que viraram até folclore na comunidade; com o atual prefeito as esperanças se renovaram, mas não se concretizaram, passados dois anos da gestão
Editorial
A cobertura do blog Marco Aurélio d’Eça sobre as enchentes no Coroado começaram desde a sua estreia na blogosfera, em 2006 ainda na gestão do então prefeito Tadeu Palácio (PDT); mas foi a partir da gestão de João Castelo (PSDB), que essas cobranças ganharam mais força, sobretudo pelos anúncios que o falecido gestor fazia sobre a drenagem no bairro.
Em 26 de janeiro de 2012 – há exatos 11 anos, portanto – Castelo proferiu a seguinte frase sobre o Coroado:
O que era antes um rio de esgoto, transformou-se agora numa realidade totalmente diferente, numa área saneada, que vai dar mais dignidade a quem vivia na lama
O prefeito havia entregue um arremedo de obra cuja inutilidade vinha sendo alertada pela própria população, que, já à época, cobrava a retirada de uma residência irregular em cima de um bueiro na Rua Carlos Macieira, que impedia o desaguamento das chuvas.
Bastou as primeiras chuvas de março para que o fracasso da obra – de R$ 30 milhões, segundo a própria prefeitura – se mostrasse.
Ainda em 2012, já durante a campanha eleitoral, o blog Marco Aurélio d’Eça registrou a divergência de opinião do então prefeito Castelo e do seu principal adversário, o então deputado federal Edivaldo Júnior (PTC) sobre o que fazer com a drenagem do Coroado, que já consumia milhões e milhões de reais.
Castelo garantia que havia feito obras de infraestrutura e saneamento, o que mostrava-se inverídico diante das inundações recorrentes; o então candidato Edivaldo disse na campanha:
Esses bairros são esquecidos pela atual administração e merecem um cuidado todo especial, porque neles a atuação do poder público é mais importante. Não podemos deixar que a realidade dessas pessoas seja sempre de carência, de esgoto a céu aberto
Edivaldo foi eleito, mas também esqueceu-se do “cuidado todo especial” no Coroado.
Em fevereiro de 2013, já na gestão de Holandinha, o blog Marco Aurélio d’Eça voltou a registrar os milhões e milhões gastos em uma obra que nunca resolveu o problema do Coroado.
Foi assim em 2014, 2015, 2016 – na reeleição de Edivaldo Júnior – 2017, 2018, 2019 e 2020, como registrou o blog no post “Coroado: as mesmas cenas, ano após ano…”.
Em novembro de 2019, o blog Marco Aurélio d’Eça voltou a tratar da solução simples de retirada de casas construídas irregularmente nas galerias, no post “Solução para alagamento do Coroado custa menos de R$ 20 mil.,..”.
Com base em dados de engenheiros, o blog afirmou, à época:
A retirada de uma única casa na borda dessa rua [Carlos Macieira] – ao custo de R$ 10 mil, R$ 15 mil – resolveria todo o problema de escoamento, por que as águas da chuva encontrariam destino. E há vários imóveis à venda
Comunidade e blog acreditaram que Eduardo Braide seria a solução para o problema, esperança refletida no post de junho de 2021, intitulado “Alagamentos no Coroado: agora a esperança é Braide”.
Dois anos de gestão já se passaram. Nenhum estudo, serviço ou projeto foi apresentado pela gestão de Braide ao Coroado, que segue com seus alagamentos, como os registrados pelo blog:
em fevereiro, no post “Coroado pela enésima vez debaixo d’água…”;
e em abril daquele ano, no post “A triste sina do Coroado…”.
Passou-se 2022 e nada.
Finalmente chega-se a este dia 25 de janeiro de 2023 e a realidade do Coroado é a mesma, com as mesmas ruas alagadas ano após ano, entra prefeito e sai prefeito.
Tudo isso 11 anos depois do gasto dos primeiros R$ 30 milhões em uma obra inútil.
Inútil e desnecessária…