A invasão do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto neste domingo, 8, é a culminância de uma série de atos do ex-presidente brasileiro na tentativa de se parecer cada vez mais com o ex-presidente americano, história que o blog Marco Aurélio d’Eça vem contando desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, no mesmo ano em que o mundo viu a ascensão da extrema direita nos Estados Unidos
Ensaio
Em 9 de novembro de 2016, o blog Marco Aurélio d’Eça escreveu o post “A vitória de Trump e futuro político no Brasil…”.
– Quando figuras como Vladimir Putin, Marine Le Pen, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro comemoram a vitória de um líder mundial como o novo presidente dos Estados Unidos, é de se esperar dias nebulosos para a comunidade internacional – alertava o texto, já em seu subtítulo.
À época, o então governador do Maranhão Flávio Dino (PSB) – hoje ministro da Justiça – também alertava para os riscos que representava a vitória de Trump nos EUA.
– O grande beneficiário dessa perda de substância eleitoral da esquerda não foi propriamente outro partido e sim a chamada antipolítica. Porque, se você olhar São Paulo, Rio e Belo Horizonte, ganharam três outsiders – frisou Dino. (Relembre aqui)
Não há dúvida de que a vitória de Trump em 2016 favoreceu a vitória de Bolsonaro em 2018; e o ex-presidente brasileiro passou quatro anos tentando repetir no Brasil o que Trump fazia nos Estados Unidos.
Bolsonaro usou, inclusive, o ideólogo ultradireitista de Trump, Steve Bannon, em sua campanha eleitoral.
E viveu por aqui tudo o que Trump vivia nos EUA: críticas à vacina contra a Covid 19, desdém dos mortos pelo coronavírus, ataques virulentos à esquerda aos latinos e aos povos árabes.
Assim como Bolsonaro, Donald Trump foi nos Estados Unidos uma espécie de arroto da história; milionário folclórico, o republicano era visto com desprezo pela classe política, da mesma forma como o baixíssimo clero Jair Bolsonaro era visto no Congresso.
Mas a negligência da classe política levou os dois ao poder.
Assim como Donald Trump, Bolsonaro também não conseguiu se reeleger, como esperado tanto aqui quanto lá. E assim como Trump, Bolsonaro estimulou os ataques que resultaram em invasões no Capitólio americano e na Praça dos Três Poderes no Brasil.
Curiosamente, os dois atos ocorreram em um janeiro após a posse dos adversários de ambos, com a diferença de dois anos e dois: os trumpistas invadiram o Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021; os bolsonaristas ocuparam o Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023.
A invasão do Capitólio foi o último ato de Trump contra as eleições americanas, que ele dizia ser fruto de fraude.
A invasão do Congresso foi o último ato de Bolsonaro contra as eleições brasileiras, que ele diz fruto de fraudes.
Assim como nos Estados Unidos, as instituições democráticas brasileiras resistiram aos ataques golpistas e saíram mais fortes.
E tanto Trump quanto Bolsonaro seguem para a lata de lixo da história mundial.
De onde nunca deveriam ter saído…
Bolsonaro não tem nada com esses atos de vandalismo. A direita que apoia o Bolsonaro jamais se comporta dessa maneira.
Bolsonaro não tem nada com esses atos de vandalismo. Flávio Dino incentiva o terror político, já consegui, num ato antidemocrático, a intervenção do governador de Brasília. Esse cara quer é aproveita confusão para se projetar a nível nacional. Era tudo que ele queria.