Medo de transformar o comunista em líder absoluto no estado leva senadores, deputados federais e estaduais eleitos, prefeitos, vereadores e lideranças políticas em todo o Maranhão a cruzar os braços ou cerrar fileiras pró-Bolsonaro, o que pode fazer a diferença em favor do petista diminuir ou até desparecer, contribuindo para uma derrota nacional
Análise de conjuntura
O blog Marco Aurélio D’Eça tem apontado desde o início do segundo turno que a presença hegemônica e personalista do senador eleito Flávio Dino (PSB) na campanha do ex-presidente Lula no Maranhão tem prejudicado o petista no segundo turno.
Este aspecto foi mostrado no post “Flávio Dino chama para si campanha de Lula e afasta aliados do petista” e no post “Blitz bolsonarista incomoda Flávio Dino”.
Desde o início do segundo turno, Flávio Dino resolveu vender-se à mídia nacional como dono da campanha de Lula no Maranhão e responsável direto pela eventual ampliação da vantagem do candidato do PT, que foi de 1,6 milhão de votos no primeiro turno.
Essa hegemonia afastou lulistas históricos, como o senador Weverton Rocha (PDT), a deputada federal eleita Roseana Sarney (MDB) e vários deputados estaduais, federais, prefeitos e lideranças políticas.
Levou até ex-petistas a trocar de lado, como o deputado estadual reeleito Dr. Yglesio Moyses (PSB); o ex-secretário do governo comunista Simplício Araújo (Solidariedade) também já declarou voto em Bolsonaro.
Mesmo o governo Carlos Brandão (PSB) tem agido a contragosto na campanha do PT, quase que forçado pela relação com Dino; tanto que o próprio governador já liberou os seus auxiliares para votar com a consciência, sem perseguições. (Leia aqui)
A arrogância de Flávio Dino não o deixa perceber que os bolsonaristas avançam no vácuo da ação pró-Lula; e a eles – os aliados mais truculentos do presidente, capazes de tudo – única coisa inaceitável é perder.
A vitória de Lula no Maranhão dará a Flávio Dino a sonhada condição de “deus político”, responsável pelo poder supremo no estado e em condições de negociar, só ele, espaços de poder e cargos no eventual futuro governo.
Para a classe política, garantir isso é transformá-lo em mais um oligarca nordestino.
Mas há um outro viés a se pensar:
E se Lula perder?!?