Governador quer ampliar para 2 milhões de votos a vantagem do ex-presidente no Maranhão, mas está enfrentando dificuldades para mobilizar a classe política, formada por muitos ressentidos com sua hegemonia política no estado; e pode acabar fazendo Bolsonaro diminuir a diferença
Editorial
Personalista, o senador eleito Flávio Dino (PSB) decidiu assumir como missão estritamente sua a ampla vitória do ex-presidente Lula (PT) no Maranhão; Dino quer ampliar para 2 milhões a diferença de votos de Lula sobre Bolsonaro (PL), que, no primeiro turno, foi de 1,6 milhão votos.
Mas o ufanismo do ex-governador tem afastado aliados.
Diferentemente do primeiro turno, em que candidatos a governador, senador, deputados federais e estaduais estavam em campo para buscar votos, neste segundo turno apenas os interessados diretos na disputa presidencial estão nas ruas.
E muitos eleitos decidiram cruzar os braços.
Flávio Dino tem dificuldades em dividir atribuições por que quer vender-se para a mídia nacional como o grande – e único – responsável pela vitória de Lula no Maranhão.
Nem mesmo o próprio governo Carlos Brandão (PSB) – que tem forte contingente de bolsonaristas entre secretários e colaboradores – mostra-se empolgado com a mobilização do comunista.
Outros aliados de peso, como os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (Cidadania), mantêm-se afastado do processo; o grupo Sarney, hoje representado pela deputada federal eleita Roseana Sarney (MDB), também não embarcou na cruzada dinista.
Por outro lado, os aliados de Bolsonaro têm ido a campo em busca da diminuição da diferença.
Além de líderes políticos bolsonaristas está nas ruas um forte contingente de evangélicos e militares, que tem a missão de ampliar a votação de 983 mil votos alcançados pelo presidente no primeiro turno.
Nesta semana estão sendo esperados em São Luís o próprio Bolsonaro, sua mulher, Michele, e a senadora eleita Damares Alves (PRB-DF), em eventos com mulheres, evangélicos e motociclistas.
A diferença que Dino precisa suplantar para dar a Lula os 2 milhões de votos autoprometidos é de apenas 380 mil votos, se comparada à votação do primeiro turno.
Sozinho, porém, é mais provável que acabe favorecendo Bolsonaro a diminuir sua desvantagem no Maranhão.
Mas isso também será responsabilidade do comunista…
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