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Flávio Dino muda o tom sobre eleição de Lula e sinaliza ambiente difícil no Senado

Senador eleito do Maranhão já evita falar em ser ministro, mostra-se preocupado com os riscos de não eleição do petista e aponta para mandato difícil na Câmara Alta, qualquer que seja o presidente eleito em 30 de outubro

 

Flávio Dino já não vê com tanta certeza no horizonte a vitória de Lula, que ele esperava para o primeiro turno

Em suas primeiras falas após ser eleito senador pelo Maranhão, o ex-governador Flávio Dino (PSB) mudou o tom em relação ao seu papel em Brasília a partir de 2023.

Ele não fala abertamente sobre os temas, mas indica que os cenários que vislumbra não são exatamente aqueles que sonhou caso o ex-presidente Lula (PT) tivesse vencido em primeiro turno.

– Orçamento secreto. Junto de fatores ideológicos e inédita enxurrada de dinheiro federal ajuda a entender resultados de ontem [domingo], sobretudo para o Congresso Nacional. Ainda assim, venceremos a eleição presidencial. Não há razão para temor, busca de “erros” e de culpados – pregou Dino, nesta segunda-feira, 2.

Uma das dúvidas é a possibilidade de ele ser ministro caso Lula vença a eleição.

Foi exatamente com este argumento que Dino conseguiu convencer o presidente da Assembleia, Othelino Neto (PCdoB), a apoiá-lo, indicando a mulher para sua suplência.

Mas Dino já demonstra uma incerteza maior nessa possibilidade, não apenas pelo risco maior de eleição do ex-presidente petista, mas também pelo próprio ambiente que encontrará no Senado a partir de 2023.

Único senador eleito pelo PSB, o comunista terá como adversários em plenário nomes fortes do conservadorismo e do Bolsonarismo – com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRB), os ex-ministros Marcos Pontes (PL), Damares Alves (PRB), Teresa Cristina (PP) e Rogério Marinho (PL) – e inimigos pessoais, como Flávio Bolsonaro (PL), Magno Malta (PL) e o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil).

Se Lula vencer, Dino terá missão difícil para contrapor esta turma; Se lula perder, pode ser engolido pelos bolsonaristas.

Talvez por isso o tom comedido adotado desde domingo pelo ex-governador…

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