João Bosco Sobrinho Pereira Oliveira – que mostrava intimidade com o grupo Flávio Dino e com o ex-secretário de Educação – recebeu salário até mesmo depois de morto; ele foi vítima de um crime que tem relação com a divisão de recursos pagos irregularmente pela própria secretaria onde trabalhava, e que envolve também o sobrinho do próprio governador Carlos Brandão, o secretário Daniel Itapary Brandão
Assassinado em 19 de agosto na frente do próprio sobrinho do governador-tampão Carlos Brandão, o empresário João Bosco Sobrinho Pereira Oliveira era funcionário da própria Secretaria de Educação, pasta de onde saíram os R$ 778 mil que resultaram em sua morte.
Bosco foi nomeado pelo então secretário de Educação Felipe Camarão (PT) – hoje candidato a vice na chapa de Brandão – e teve inclusive o pagamento de agosto efetuado, mesmo depois de morto; não consta, ainda, nas edições do Diário Oficial do Estado nenhuma portaria com sua exoneração.
A revelação da nomeação do empresário assassinado por desacerto na divisão de propina da Seduc – segundo contou o próprio assassino – aponta para duas sentenças:
1 – A relação da vítima com a Seduc – que, segundo o próprio assassino, motivou o assassinato – era anterior ao pagamento de R$ 778 mil referente a um resto a pagar de 2014;
2 – Nenhum dos envolvidos no caso – incluindo o sobrinho do governador Brandão, o secretário Daniel Brandão – estava ali por mero acaso.
Foi Daniel Brandão, inclusive – “amigo em comum” de todos ali presentes, como consta em depoimentos – quem chamou o assassino para a reunião do dia 19 de agosto, no edifício Tech Office, na avenida dos Holandeses, segundo revelou o blog de Jeisael Marx.
João Bosco Sobrinho Pereira Oliveira foi nomeado por Felipe Camarão no dia 30 de novembro para o cargo de Auxiliar Técnico II, símbolo DAI-5, com proventos de R$ 1.212,00;
Em 14 de dezembro, foi publicada nova Resolução do secretário, “retificando a nomeação para o cargo de Auxiliar Técnico.” (veja documento que ilustra este post)
Em um vídeo gravado em novembro de 2021, provavelmente no dia da posse, o próprio Bosco anuncia que “tô indo agora ser nomeado a superintendente junto à Secretaria Estadual de Educação do nosso querido estado do Maranhão”.
Em junho deste ano, João Bosco aparece em vídeo no palanque de um comício do governador Carlos Brandão, no qual está também Felipe Camarão e o vereador Beto Castro; o empresário chega a tirar selfie com o ex-governador Flávio Dino (PSB), mostrando intimidade com os círculos do poder, como mostrou o blog de Gláucio Ericeira.
Bosco foi assassinado no dia 19 de agosto, após sentar-se na mesma mesa com o sobrinho de Brandão, Daniel Brandão, que chamou o assassino Gibson César Soares para a reunião, onde seria definida a divisão dos R$ 778 mil recebidos da Seduc, segundo depoimento do próprio Soares.
O sobrinho do governador presenciou o assassinato e foi citado por todos os depoentes do caso, mas a polícia, até agora, faz de conta que ele não existia na cena do crime.
Os proventos de agosto caíram na conta do empresário assassinado com os descontos de praxe: R$ 90,90…