Governador-tampão usa institutos e veículos de comunicação tradicionais para tentar estimular a militância de que tem chances de avançar bem no primeiro, além de estimular adversários a guerrear entre si, estratégia que só funcionaria se apenas um dos adversários estivesse na casa dos dois dígitos
Análise da notícia
A campanha do governador Carlos Brandão está apostando em um arriscado jogo de manipulação de pesquisas eleitorais para tentar dar aparência de liderança absoluta na corrida pelo Palácio dos Leões.
Com apoio de institutos de pesquisas e setores da imprensa tradicional, o tampão usa os números para estimular a própria militância, mas também para provocar cizânia entre os adversários, a fim de dificultar alianças em um segundo turno que ele sabe quase intransponível.
Ainda que funcionasse do ponto de vista da geração de volume de campanha, a estratégia de Brandão é um risco sob aspectos mais pragmáticos.
Primeiro por que esconde a realidade e dá uma impressão falsa de que ele pode mesmo vencer o pleito; segundo, que, para funcionar como estímulo, seria necessário que apenas um dos três principais adversários estivesse acima dos dois dígitos, o que não ocorre no Maranhão.
Ignorando os critérios e os métodos usados pelos institutos controlados pelo Palácio dos Leões, o senador Weverton Rocha (PDT), que ocupa o segundo lugar, tem entre 20% e 25% dos votos, mesmo nessas pesquisas manipuladas; Lahésio Bonfim (PSC) e Edivaldo Júnior (PSC) aparecem entre 14% e 18% pontos mesmo nos piores cenários.
Levando em conta apenas os números mais baixos de cada um dos três candidatos, eles somam, juntos, nada menos que 48% dos votos; Brandão, por sua vez, no cenário mais otimista de suas pesquisas, apareceu com 35%.
São nada menos que 13 pontos percentuais de diferença que o governador-tampão teria que tirar em um segundo turno, mesmo se as suas pesquisas fossem reais.
O governador pode, portanto, continuar a manipular números sobre as eleições.
Mas poderá encarar a dura realidade em 2 de outubro…