Embora o ex-governador comunista mantenha-se com alta cotação em sua candidatura de senador, a relação com seu governo prejudica a imagem do governador-tampão, o que piora com a falta de soluções para problemas do dia dia da população e a insegurança quanto à condição de saúde do candidato para uma disputa tão acirrada
Ensaio
Há três fatores principais para o desgaste da candidatura do governador-tampão Carlos Brandão (PSB):
1 – a forte vinculação ao governo do comunista Flávio Dino (PSB);
2 – a falta de soluções para problemas do cotidiano maranhense, como a travessia de ferry boat;
3 – a insegurança de lideranças e do eleitor quanto à sua condição de saúde para encarar a campanha.
Com relação a Flávio Dino, muita gente não compreende que ele, mesmo desgastando Brandão, consegue se manter com altos índices de intenção de votos para o Senado; isso ocorre pelo fato de que que a figura de Dino tem mais peso no imaginário popular que a de Brandão, um ilustre desconhecido do eleitor.
Como poste de Dino, Brandão absorve, por exemplo, o desgaste pelo fracasso no combate à miséria e perde popularidade ao ser visto como mero instrumento do governador, embora este mesmo eleitor aceite votar em Dino para o Senado.
Brandão poderia surfar na onda de ser a “escolha pessoal” de Flávio Dino, mas não consegue por causa dos dois outros fatores.
A percepção de que seu governo não consegue resolver problemas aparentemente banais – como o serviço de ferry boat – é realçado pela ausência do governador do debate político; há 30 dias Brandão desapareceu do estado para tratar um problema de saúde, e desde então seu governo está parado.
Falta brilho próprio no candidato do Palácio dos Leões, o que não é resolvido assim, de afogadilho.
E neste ponto Flávio Dino também é culpado.
O próprio Brandão cobrou sistematicamente a Dino, desde 2020, que ele deixasse claro à base sua “escolha pessoal”; Dino empurrou com a barriga, fazendo com que as candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT), de Simplício Araújo (Solidariedade) e de Josimar Maranhãozinho (PL) ganhassem corpo na base.
O resultado é um governo rachado, com praticamente metade dos aliados ao lado de Weverton – agora com apoio de Josimar – e uma candidatura de Simplício que reforça ainda mais falta de unidade na base.
A situação só não é mais periclitante por que Brandão está sentado na cadeira de governador, e isto tem um peso no eleitorado.
Mas resta ao governador-tampão, agora, retomar seu governo e encerrar de uma vez por todas os boatos segundo os quais pode vir a ser substituído pelo pré-candidato a vice Felipe Camarão (PT).
Mas esta é uma outra história…
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