Autoritário, personalista e incapaz de dialogar ex-governador tentou se impor como líder e cometeu o erro de inventar um poste para sucedê-lo no governo por que não queria outras lideranças criando sombra em torno do seu nome
Análise da notícia
O ex-governador Flávio Dino (PSB) foi imposto à classe política por uma estrutura de poder elitista; e nunca conseguiu construir uma liderança orgânica, natural, espontânea.
O resultado desta postura autoritária e personalista é a junção de toda a classe política – governistas e oposicionistas – em torno do nome do senador Roberto Rocha (PTB) para enfrentá-lo nas eleições de outubro.
Pela primeira vez na história um candidato reúne sarneysistas, oposicionistas, pedetistas, petistas, emedebistas e até gente ligada ao próprio Palácio dos Leões contra uma figura pública que, ao invés de construir pontes, desagregou ao absoluto nos quase oito anos em que sentou praça no Palácio dos Leões.
Não é de hoje que o blog Marco Aurélio D’Eça aponta traços de autoritarismo na postura pública de Flávio Dino.
O próprio Roberto Rocha sofreu com opressão do ex-governador, após os dois serem eleitos juntos, em 2014; na lista de abusos de Flávio Dino entram também a prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, o ex-deputado federal Waldir Maranhão (PDT), a prefeita de Chapadinha, Dulcilene Belezinha, jornalistas, advogados e ex-colegas juízes.
E por último o senador Weverton Rocha (PDT), que lidera as pesquisas para o Governo do Estado.
Esse poder desagregador já foi tratado no blog Marco Aurélio D’Eça, em outubro do ano passado, no post “De como Flávio Dino escurraça os próprios aliados de sua base”.
Nem os alertas fizeram Dino mudar.
Achando-se dono de partidos, de carreiras políticas de mandatos e até de pessoas, ele decidiu sozinho criar um candidato a governador, inventou o vice para esse candidato e praticamente obrigou todos os aliados a fechar com sua candidatura a senador.
Perdeu feio, por que foi Roberto Rocha – e não ele – quem conseguiu os palanques múltiplos nas eleições de outubro.
Mas a arrogância continuou mesmo após o duro recado da classe política: matérias produzidas pelo Palácio dos Leões – e publicadas em blogs controlados pelo governo – ainda ontem apontavam que há “um fosso entre os números de Flávio Dino e os dos demais candidatos”.
Dino corre mesmo sério risco de ser derrotado na disputa pelo Senado.
Talvez fora do poder e sem mandato aprenda a ser mais humilde…