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PT ideológico fica com Weverton; PT fisiológico vai com Brandão

Dirigentes partidários com cargos no governo-tampão para si e para parentes – controlados por Flávio Dino – estão alinhados à candidatura do governador tucano-socialista; a parte tradicionalmente ligada às pautas da esquerda, aos movimentos sociais e às lutas dos trabalhadores fecham com o senador pedetista

 

A relação de Lula com Weverton é natural por que é histórica, desde que o senador ainda era militante do movimento estudantil

Ensaio

As eleições para governador do Maranhão produziram neste 2022 uma das mais claras e reluzentes divisões de conceito no PT maranhense.

O partido hoje tem duas caras absolutamente definidas: uma ideológica, alinhada às lutas da esquerda, à classe trabalhadora e ao aos movimentos sociais, e outra que se mostra fisiológica, ávida por cargos para dirigentes e parentes.

A parte ideológica, que se mostrará nesta quarta-feira, 20, em encontro na sede da Fetaema, está abertamente apoiando a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT).

A outra parte, a fisiológica, está alinhada ao governador-tampão Carlos Brandão (PSB), que distribui cargos a torto e à direita na tentativa de se mostrar ao aldo do ex-presidente Lula.

A divisão no PT se dá também pelo histórico dos próprios candidatos a governador.

Brandão é historicamente ligado ao coronelismo e à política tradicional no interior do estado; não compreende o movimento sindical, não tem relação com a luta dos trabalhadores e vê com estranheza pautas modernas como o empoderamento feminino, a concessão de direitos LGBTQIA+, a luta dos negros e quilombolas e a divisão de terras improdutivas no interior.

Agora filiado ao PSB, Carlos Brandão é, na verdade, tucano histórico, ligado ao presidenciável João Dória, do PSDB

Weverton, por sua vez, filiado desde sempre ao PDT, atua na esquerda desde o movimento estudantil; comandou a UNE, atuou sempre em pautas trabalhistas, na defesa dos trabalhadores, é militante da causa de negros, mulheres, LGBTQIA+ e tem relação direta com os sindicatos e centrais sindicais, como Fetaema, CUT, Sindsep e outras entidades da classe trabalhadora.

Enquanto Brandão esteve calado durante o golpe contra a presidente Dilma e chegou a chamar Lula de estelionatário, Weverton pregou contra o golpe e foi o primeiro maranhense a visitar a cadeia em Curitiba, para onde foi levado o ex-presidente.

Não há dúvidas, portanto, de que há dois PT’s atuando nas eleições maranhenses: um fisiológico e outro ideológico.

E a atuação de cada um, com todos seus instrumentos de persuasão, definirá também de que lado estará o eleitor comum.

Simples assim…

Marco Aurélio D'Eça

4 Comments

  1. Aliados do senador e pré-candidato ao Governo do Maranhão pelo PDT, Weverton Rocha, depois de tentar em vão e, de maneira desnecessária, confundir o eleitor maranhense sobre o apoio do PT e do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa pelo Palácio dos Leões (reveja), agora utilizam uma outra estratégia equivocada.
    Agora a ideia que alguns tentam passar, inclusive mostrando fotos do atual governador Carlos Brandão (PSB), com presidenciáveis do PSDB, é de que Brandão não teria lado político, mas o efeito acaba sendo devastador para o próprio Weverton, quando se remete a realidade dos fatos.
    Brandão era filiado ao PSDB e obviamente, até por fidelidade ao seu partido, participou sim das prévias da legenda. O mesmo PSDB que participou ativamente do Governo de Flávio Dino, até então PCdoB, no Maranhão.
    No entanto, logo depois que Brandão confirmou a sua saída do PSDB e chegada ao PSB, por convite da direção nacional, o atual governador deixou bem claro que estaria, como sempre quis, defendendo a aliança com o PT, em apoiamento a pré-candidatura do ex-presidente Lula.
    Brandão não só defendeu, como trabalhou na prática em prol dessa aliança. Além de garantir espaços para o PT na sua gestão, o atual governador terá como pré-candidato a vice na sua chapa, o petista Felipe Camarão, ex-secretário de Educação do Maranhão. Brandão já até afirmou que, caso se reeleja, o PT, pela primeira vez na história, comandará o estado maranhense, a partir de abril de 2026.
    O problema é que a estratégia além de não alcançar Brandão, que segue sendo leal aos seus partidos e aliados, pode complicar o senador Weverton Rocha, uma vez que mesmo se dizendo leal ao seu partido, jamais fez um gesto de verdade e de grandeza ao pré-candidato a Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes.
    Weverton sempre tem deixado claro, inclusive brigado, que quer apoiar Lula e não Ciro Gomes. O senador pedetista, que se vangloria de jamais ter ido para outro partido, não se deu ao trabalho de sequer participar do lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes, seu colega de partido.
    Sendo assim, essa é mais uma estratégia equivocada, afinal apenas está ressaltando a lealdade de Brandão, diante da infidelidade de outros. Lealdade de Brandão, que, como ele mesmo assegurou, também seguirá tendo com Flávio Dino, mesmo depois dele ter deixado o cargo.
    É aguardar e conferir, mas essa estratégia além de equivocada, pode virar contra o feiticeiro.

  2. E o Pt dos votos? E o PT do fundo partidário? Eles ficam com quem? kkkkkkk

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