O chamado campo mais progressista – com forte vinculação às lutas sociais e dos trabalhadores, garante quase metade do eleitorado no estado; os setores da sociedade mais conservadora, por outro lado, superam 1/3 do eleitorado maranhense
Ensaio
O números da última pesquisa Escutec/TV Mirante sobre as eleições maranhenses revelam uma forte divisão entre os campos da direita e da esquerda na busca pelo eleitorado.
O chamado campo progressista, que reúne candidatos de centro-esquerda soma 48% das intenções de voto; são 22% em Carlos Brandão (PSB), 21% de Weverton Rocha (PDT), 2% de Enilton Rodrigues (PSOL), 2% de Simplício Araújo (Solidariedade) e 1% de Hertz Dias (PSTU).
Do outro lado, estão os candidatos da direita – a maioria vinculada ao bolsonarismo, em maior ou menor grau – que juntam nada menos que 36% do eleitorado maranhense.
São 12% de Edivaldo Júnior (PSD), 10% de Roberto Rocha (PTB), 9% de Lahésio Bonfim (PSC) e 5% de Josimar Maranhãozinho (PL).
A análise dos números revela que – com dois candidatos no topo da tabela – a esquerda pode estar sozinha em um eventual segundo turno; e a direita seria o fiel da balança nessa disputa.
Mas as chances de um representante da direita chegar ao segundo turno existe – ainda que remota – e vai depender do grau de polarização da disputa nacional entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Essa disputa com um bolsonarista é sonhada pelo Palácio dos Leões, que jogou pesado – mas fracassou – na tentativa de esvaziar o senador Weverton Rocha.
Os números da Escutec reforçaram a capilaridade eleitoral do pedetista.
Com maior vínculo que Brandão nos movimentos sociais, sindicais do campo progressistas e nos segmentos mais populares, Weverton tende a se consolidar como opção de segundo turno, seja contra Brandão, seja contra um representante da direita.
E a pesquisa Escutec também já mostrou esse vínculo direto com a população…
Baseado em fatos antecedentes e atuais, bem como na lógica elementar e em princípios que norteam a política eleitoral, quero apontar aqui a viabilidade da candidatura do Lahesio Bonfim e explicar por que ele tem considerável potencial para vencer a eleição para governador do estado do Maranhão, em 2022.
No caso, entendo ser importante começar pela análise das principais pesquisas eleitorais referentes ao cargo de governador, realizadas nos anos de 2021 e 2022, apresentando, a partir delas, a realidade de que o Lahesio, provavelmente, caminha para ser o próximo governador do Maranhão ou, no mínimo, chegar ao segundo turno da eleição para tal cargo.
Sendo assim, minha análise começa a partir da pesquisa da Escutec, realizada no mês de março de 2021, que mostrou o Lahesio com apenas 1% das intenções de voto para governador, o que, a meu ver, representou, de fato, o percentual de eleitores que, naquele período, apresentavam tendência a votar nele.
Digo isso porque, à época, a campanha do Lahesio para governador estava começando e o grau de conhecimento do eleitorado maranhense em relação a ele era bastante reduzido, havendo, portanto, estreita correlação entre o percentual de voto captado por essa pesquisa da Escutec e a quantidade de eleitores maranhenses que, até então, conheciam o Lahesio.
Entretanto, com o passar do tempo, sua popularidade foi crescendo gradativamente (ou seja, o grau de conhecimento do eleitorado maranhense sobre ele), baseada, sobretudo, em uma já crescente base de apoio nas redes sociais, e, consequentemente, o percentual de eleitores com tendência a votar no Lahesio também cresceu, embora não diretamente proporcional.
Nessa linha de raciocínio, observem que as pesquisas realizadas pela Exata, nos meses de junho e setembro de 2021, conseguiram capitar exatamente isso, tendo em vista que mostraram o Lahesio como o candidato a governador preferido, respectivamente, por 4% e 7% dos eleitores, aprontando um claro crescimento das intenções de voto em favor dele.
Da mesma forma, também nos meses junho e de setembro de 2021, a Escutec mostrou o Lahesio como o preferido, respectivamente, de 3% e 5% do eleitorado maranhense, na linha de crescimento que foi mostrada pelas pesquisas da Exata, supramencionadas.
Em continuidade, vejam que, em fevereiro de 2022, a Escutec mostrou o Lahesio com 6% das intenções de voto e, no mês seguinte, com 9%, enquanto a Exata, no mesmo mês, mostrou-o com 9% e, no mês de março de 2022, sua nova pesquisa mostrou o Lahesio já com 10% das intenções de voto, transparecendo, de forma bem visível, uma clara, gradativa e consistente tendência de alta dele, à medida que sua popularidade aumenta e que sua pré-campanha é intensificada em todo o Maranhão.
Como vê, há um claro crescimento das intenções de voto do eleitorado maranhense em favor do Lahesio Bonfim, e possivelmente as próximas pesquisas passarão a mostrá-lo com percentuais maiores dessas intenções, seguindo a clara tendência de alta dele, que tem se mostrado a mais consistente e progressiva dentre os atuais candidatos a governador do Maranhão, nas eleições de 2022.
Em verdade, embora eu tenha apontado aqui somente pesquisas realizadas pela Escutec e pela Exata, em razão da maior visibilidade dada àquelas e das respectivas periodicidades, é importante registrar que outras pesquisas, atualmente, mostram o Lahesio com percentuais semelhantes àqueles apresentados pelas duas empresas supracitadas e até maiores, quais sejam: 9,8% na DataIlha (fevereiro de 2022), 13,8% na Econométrica (fevereiro de 2022), 9% na JPesquisa (março de 2022), 17,60% na MBO (março de 2022) e 13.9% na DataM.
Ainda sobre essas outras empresas, a Econométrica, em novembro de 2021, mostrou o Lahesio com 8.1% das intenções de voto, enquanto em fevereiro deste ano mostrou ele já com 13,8% dessas intenções, o que reforça a tese aqui defendida no sentido de que a candidatura do Lahesio Bonfim se encontra em plena e consistente ascensão, rumo ao segundo turno da eleição de governado do Maranhão em 2022.
Por outro lado, desconsiderei, em parte, a pesquisa da Exata realizada em março de 2021, que mostrou o Lahesio com 5% das intenções de voto, e a pesquisa da Escutec realizada em dezembro de 2021, que mostrou ele com apenas 2%, porque ambas, a meu ver, destoam, sem lógica aparente, da própria realidade pré-eleitoral captada por pesquisas anteriores e posteriores dessas duas empresas.
Ora, quanto à primeira, basta constatar que a pesquisa da própria Exata realizada em junho de 2021 mostrou o Lahesio com 4% das intenções de voto, percentual menor que o registrado três meses antes por ela e, além do mais, a pesquisa da Escutec de março de 2021 mostrou o Lahesio com apena 1% dessas intenções, o que me parece ser o percentual mais condizendo com a realidade à época, tal como expliquei acima.
Em relação à segunda, notem que em novembro de 2021, ou seja, um mês antes, a própria Escutec realizou pesquisa que mostrou o percentual de 5% das intenções de voto para o Lahesio e, no mês de fevereiro de 2022, sua pesquisa mostrou Lahesio já com 6% dessas intenções, de forma que o percentual de 2% em favor dele registrado pela Escutec, em dezembro de 2021, é bem aleatório e discrepante.
Nessas circunstâncias, mesmo considerando as margens de erro dessas duas pesquisas e das demais que as antecederam e as sucederam, entendo que, em suas respectivas épocas, não captaram corretamente o percentual de intenções de voto para o Lahesio, razão pela qual, nesse ponto, desconsiderei-as em minha análise.
Ademais, sobre as pesquisas supramencionadas, ressalto que procurei deixar de lado qualquer análise de eventual viés favorável a algum(ns) candidato(s) por parte delas, tendo procurado ater-me aos dados estatísticos e à tendência das intenções de voto, em favor do Lahesio, presentes em tais pesquisas.
(…).