Apesar da aproximação do governador Flávio Dino com a família do ex-presidente da República – e da ligação histórica do vice-governador Carlos Brandão – números de pesquisas qualitativas apontam riscos na relação política entre os dois grupos
As pesquisas de intenção de votos encomendadas por aliados do Palácio dos Leões começam a testar também, a partir de agora, qual a opinião do eleitor maranhense sobre uma eventual aliança entre o governador Flávio Dino (PSB), seu candidato Carlos Brandão (PSDB), e o chamado grupo Sarney.
Historicamente ligado aos Sarney, Brandão precisa do apoio para dar escopo partidário à sua candidatura que não consegue com os setores mais progesisstas; Flávio Dino, por sua vez, precisa da força de comunicação da família para sua candidatura ao Senado.
Mas ambos sabem dos riscos da aliança, diante da rejeição já registrada nas pesquisas qualitativas.
Hoje aliados, Brandão e Dino têm histórias diferentes em relação ao Grupo Sarney.
Historicamente der direita, o vice-governador sempre foi sarneysista e só se afastou do grupo quando o seu padrinho político, José Reinaldo Tavares, traiu o ex-presidente José Sarney, em 2004; hoje, tanto Brandão quanto Tavares tentam reaproximação com os antigos aliados.
Sarneysistas da velha guarda – como os deputados Gastão Vieira (PROS) e Arnaldo Melo (MDB), o ex-senador João Alberto (MDB) e o ex-deputado Joaquim Haickel – já estão em campanha por Brandão desde 2021.
A ex-governadora Roseana Sarney e o ex-candidato a governador Edinho Lobão (ambos do MDB), no entanto, ainda resistem à aproximação.
Flávio Dino, por sua vez, entrou na política como oposição aos Sarney, aso quais chamava de “oligarcas”.
Foi usando este estereótipo que derrotou o grupo em 2014 e 2018; mas já em 2019 começou a se aproximar do ex-presidente José Sarney, em busca do seu prestígio político para um projeto de construção nacional do seu nome.
Essa relação nunca foi efetivada de fato por que as pesquisas qualitativas mostravam forte rejeição ao sarneysismo, o que incomodava o governador; apesar disso, ele azeitou as relações comerciais do governo com o Grupo Mirante a partir de 2020.
Prestes a assumir o governo, Carlos Brandão já deixou claro não haver preocupação em ter seus ex-aliados históricos em palanque.
Mas Flávio Dino ainda prefere estudar a reação do eleitorado…
Não é rejeição da família Sarney que Dino teme! Dino e Brandão precisam dos Sarneys se quiserem vencer a eleição,! O que Dino teme é sua inveja dos Sarneys, que, inclusive, foi o motivador de sua entrada na política. Ele sabe que essa aproximação pode fazer ressurgir o grupo Sarney, que ele crê derrotado por ele.