Vice-governador tem pouca margem de negociação com partidos de esquerda e de centro – e não tem como se alinhar à direita bolsonarista – o que o torna dependente absoluto da articulação de Flávio Dino nas legendas já mais alinhada ao projeto pedetista de Weverton Rocha
Ensaio
Pré-candidato a governador com um dos principais trunfos na eleição de 2022 – pelo fato de assumir o governo em abril – o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) enfrenta, ao mesmo tempo, uma grande fragilidade quanto a composição partidária.
Ele tem quase nenhuma margem de negociação com partidos tanto da direita quanto da esquerda, o que o torna absolutamente dependente da articulação do próprio governador Flávio Dino (PSB) para compor sua coligação.
Mas a margem de Dino também é restrita.
Brandão não pode abrir negociação com nenhum partido da direita – PSC, PL, Avante, Patriota e PTB, por exemplo – por que todos estão na base do governo Jair Bolsonaro e tendem a seguir com uma candidatura mais alinhada ao presidente.
Os partidos de esquerda – PCdoB, PT, PDT, PSOL e o PSB do próprio Flávio Dino – tendem a seguir com candidaturas mais alinhadas ao presidente Lula (PT), como a do senador Weverton Rocha, já que o PSDB deve ter como candidato o governador de São Paulo, João Dória Jr., principal adversário do PT.
Já os partidos de centro, como DEM, PP, PSL, Cidadania e Republicanos já estão fechados com a candidatura de Weverton.
Sobrariam a Brandão – se sua articulação política funcionasse para além da dependência de Flávio Dino – o MDB e o PV, mas estes partidos parecem mais inclinados a conversas com Weverton Rocha e com o ex-prefeito Edivaldo Júnior, que será candidato do PSD.
Carlos Brandão, portanto, terá trunfo significativo ao assumir o mandato em abril de 2022.
Mas o tempo para reverter esta realidade de agora será exíguo entre a posse e as convenções, ainda que gaste muito dinheiro na obtenção de partidos.
E o Maranhão não suportará mais este tipo de “articulação”…