Apesar das ironias aos projetos virtuais do senador maranhense – inclusive advindas do blog Marco Aurélio D’Eça – réplica do monumento estadunidense que ele pretende viabilizar no município de Nova Iorque é visionária e acena para o turismo na região do sertão do Maranhão
Ensaio
O senador Roberto Rocha (sem partido) tem sido alvo de ironias – inclusive do blog Marco Aurélio D’Eça – por causa de seus projetos mirabolantes, divulgados a partir de maquetes virtuais.
Alguns – aparentemente – podem até ser inviáveis, seja do ponto de vista estrutural ou financeiro; mas outros deveriam ser vistos com respeito, como a réplica da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque do Maranhão.
É de importância visionária para o turismo uma Estátua da Liberdade na Nova Iorque maranhense nos moldes da original, na cidade americana de mesmo nome.
Quem conhece Nova Iorque do Maranhão – uma das mais belas cidades do estado – sabe de sua história e de sua geografia; e sabe a dimensão que teria uma Estátua da Liberdade em suas águas.
Fundada como vila pelo engenheiro americano Edward Burnet, foi emancipada de Pastos Bons em 1890, recebendo o nome da cidade natal do fundador – escrita de forma abrasileirada, diferente da Nova York original.
Destruída pela Coluna Prestes, em 1925, Nova Iorque do Maranhão sofreu uma inundação e teve que ser reconstruída.
A “nova” cidade ganhou as mesmas 13 ruas, três praças e a mesma disposição das casas, mantendo cada vizinhança integrada.
Foi novamente inundada em 1960 – desta vez em enchente provocada pela construção da Hidrelétrica de Boa Esperança.
Hoje, Nova Iorque está à beira do lago formado pela barragem, numa área de extrema beleza, na divisa com o vizinho Piauí.
No final da década de 90, o então correspondente do Jornal Nacional na Nova York americana – o falecido Paulo Henrique Amorim – produziu reportagem com um link direto para a Nova Iorque maranhense, onde estava o repórter Sidney Pereira, da Mirante.
Na época, o governo Roseana Sarney (então no PFL) tentava reforçar o turismo na região.
Esses fatos mostram que a ideia de Roberto Rocha pode até ser exótica, mas não maluca.
Ele pretende não apenas instalar a réplica da estátua, mas construir um balneário na região, o que movimentaria o turismo na região; os recursos viriam do Ministério do Turismo.
De fato, uma réplica da “senhora de Manhatan” em plena barragem da Boa Esperança poderia dar à Nova Iorque maranhense um boom nunca visto em sua história.
Basta ter coragem para ver o que a visão não alcança, como veem os visionários.
E Roberto Rocha, neste aspecto, apresenta uma visão de futuro…
Francamente.
É uma vergonha.