Governador quer solução que contemple ao mesmo tempo seu próprio projeto, o do vice e o do senador, o que é impossível, gera desgaste, faz surgir novos interesses na disputa de 2022 e abre espaço para novo racha na base
Análise de conjuntura
Desde o final do ano passado, o governador Flávio Dino (agora no PSB) dá sinais de que não sabe o que fazer com a disputa aberta em sua base entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) pelo direito de ser candidato a governador em 2022.
Ao buscar um consenso quase impossível em torno de um candidato único, o governador ignora que, tanto Brandão quanto Weverton, sendo candidatos, já deram garantias de que terão ele próprio como candidato a senador.
Seria uma situação inédita, com um candidato a senador único no estado, tendo dois ou até mesmo vários palanques de governador; mas Dino resiste por achar que pode impor a desistência de um dos dois.
Não pode mais.
E a demora em anunciar sua posição tem forçado o surgimento de outros nomes na disputa, como os dos secretários Felipe Camarão (PT) e Carlos Lula (PCdoB), defendidos por membros da própria base.
Quanto mais demora em liberar a base, mais Flávio Dino perde liderança.
Como impedir Carlos Brandão de ser candidato, uma vez que ele assume o governo em abril de 2022, tem grupo de aliados sedentos por chegar ao poder e pode fazer campanha no cargo?
Como esperar que Weverton desista da disputa mesmo com oito partidos em sua aliança, apoio dos principais dirigentes institucionais e fechado com os maiores colégios eleitorais?
A troco de quê um deles sairia da disputa?
Por obediência canina a Dino?
Por submissão ao seu projeto?
Por amor à causa sociocomunista?
Se Flávio Dino quisesse mesmo comandar a sua sucessão teria definido lá atrás o seu candidato; e a partir de então, qualquer outro que se movimentasse estaria sem o aval do Palácio dos Leões.
Querer impor uma candidatura do bolso a essas alturas, agride não apenas o aliado Weverton Rocha, mas também Carlos Brandão, único que condiciona sua candidatura ao apoio dinista.
E a oposição está ansiosa, apostando exatamente neste racha que se dará qualquer que seja a posição de Dino a essas alturas.
O fato é que Flávio Dino perdeu o timming da escolha do seu candidato e agora só tem a saída de empurrar com a barriga até ver onde vai dar.
E, a menos que opte pela “solução Roberto Arruda” defendida por alguns dos seus auxiliares mais próximos, verá uma nova guerra em sua base.
O blog Marco Aurélio D’Eça trará a história da “solução Roberto Arruda” em próximos posts.
É aguardar e conferir…
Weverton Rocha fechando com Roseana para o senado… chapa imbativel
Moço vc não consegue disfarçar sua preferência, né!”tem grupos de aliados sedentos pra chegar ao poder”.Rapaz sedento e precipitado está o senador WR,que faz campanha a muito tempo,FD não é o líder do grupo, então te acalma que a hora vai chegar,pra um lado ou pro outro!!
Resp.: Já chegou. Flávio Dino não tem mais condições de pender para um lado ou para o outro. Seu caminho máximo é a neutralidade. É isso ou vai ter que disputar com vários candidatos o Senado. Perdeu tempo demais…