Por em risco a vida de muitos que nem estão aí para o futebol – apenas para se saber se pode ou não abrir eventos neste momento de pandemia – é um capricho desnecessário que pode levar a consequências políticas e de saúde pública tão criminosas quanto a omissão na compra de vacina e no uso de máscaras
Editorial
A abertura de 6 mil cadeiras do estádio Castelão para as finais do Campeonato Maranhense entre Moto X Sampaio – o que, na prática, resultará em aglomeração de quase 10 mil pessoas, levando em conta outros que irão trabalhar – está sendo tratada pelas próprias autoridades como “evento-teste”.
Estão testando o quê nesta fase da pandemia?!?
A menos que se tenha uma justificativa para motivo essencial – o que não é o caso do futebol – este teste promovido pelo poder público, atendendo a itneresses meramente pecuniários de dirigentes e empresários, é um teste com a vida dos cidadãos.
E não são apeans os cidadãos que vão ao estádio que estão correndo riscos; estes, pelo menos estão assumindo a própria responsabilidade.
Mas eles têm pais, mães, filhos, trabalham, frequentam escolas, vão às igrejas, visitam familiares e amigos.
E muitas destas vítimas potenciais de uma eventual infecção não estão nem aí para o futebol; estão pouco se importando para a decisão do Campeonato Maranhense.
Mas acabam, sem querer – sem mesmo sair de casa – expostos ao risco pelas próprias autoridades que deveriam protegê-las.
Não há dúvida de que o fechamento das atividades não-essenciais no período de pandemia pode levar à falência alguns negócios, ao risco de se fechar estabelecimentos e gerar desemprego.
Mas o risco de aglomerações desnecessárias – como as próprias autoridades pregam – é a morte.
Simplesmente a morte.
Há outras formas de torcer por Moto e Sampaio neste período de pandemia; formas que poderiam, inclusive, render recursos para os clubes, se é esta a necessidade deles.
O governo poderia financiar transmissões via TV e repassar aos clubes os direitos dessa transmissão; poderia oferecer uma premiação para o campeão.
Mas a pressão dos dirigentes e a insegurança das autoriades gerou um evento-teste que pode testar a vida de muitos, inclusive de quem não vai ao estádio Castelão.
Atitude tão criminosa quanto a omissão em comprar vacina ou cobrar o uso de máscaras.
Simpels assim…
Marcos, seu blog tornou-se leitura obrigatória para mim… parabéns.pela sua postura coerente