Resultado direto da ruptura democrática de 2013, o momento político do Brasil foi construído também por culpa das instituições democráticas – entre elas o próprio Supremo Tribunal Federal; e pode culminar em nova ruptura, desta feita com o presidente à frente, ao lado da família e de seus militares
Editorial
Ainda em junho de 2013, quando as manifestações contra o então governo Dilma Rousseff (PT) eclodiam pelo país, o blog Marco Aurélio D’Eça publicava o post “Protestos e golpe militar…”.
O texto lembrava que a turba tinha como parâmetro nos protestos o canto do hino nacional e a extinção dos partidos políticos; e lembrava também a crescente criação de grupos paramilitares e abertamente anticomunistas nas redes sociais.
– A cada dia que as movimentações acontecem, misturam-se cada vez mais as ideologias. E quem não está preparado, acaba se deixando levar por qualquer letra que lê, sem entender a real intenção – ponderou o blog, à época.
Como já se sabe, o movimento cresceu, ganhou o Congresso e Dilma foi cassada, em uma ruptura democrática envolvendo também o Supremo Tribunal Federal, contada neste blog em dois momentos distintos da história recente:
Primeiro, em 2016, com o post “O risco iminente de um golpe do Judiciário…”
Depois, já em janeiro de 2018 – após cassação de Dilma e condenação de Lula – com o post “A mãe de todos os golpes…”, em que sentencia, já em seu enunciado:
– Numa orquestração envolvendo o capital, altas instâncias do Judiciário e o imperialismo ianque, com a complacente anuência do rebanho tangido pela mídia quatrocentona, o ex-presidente Lula senta no banco dos réus em um julgamento onde a única condenação desejada é a ausência dele das eleições de outubro.
Quatro meses depois, em abril de 2018 – com Lula já preso – o blog Marco Aurélio D’Eça voltou ao tema, com o post “As três fases do golpe no Brasil…”, em que fazia o levantamento histórico da crise desde 2013 e apontava para uma ruptura, que acabou levando Jair Bolsonaro e sua família ao poder.
De lá para cá, este blog tem alertado que o golpe orquestrado em 2013 para apear a esquerda do poder resultará fatalmente em um novo golpe, este com resultados ainda mais duros – e de difícil reversão em curto prazo.
Isto ficou claro por todo o ano de 2019, com o presidente Jair Bolsonaro insuflando as massas contra as instituições democráticas; fatos que foram condensados pelo blog no dia 31 de outubro, no post “Riscos de golpe cada vez mais acentuados no Brasil…”
– Desde o início do governo, agentes bolsonaristas, como Olavo de Carvalho, e os próprios filhos do presidente, pregam o que chamam de “ruptura” com as instituições, ameaçam fechar o Congresso e banir partidos de esquerda – afirmou o blog.
No mesmo dia, outro texto do blog Marco Aurélio D’Eça reforçava a ideia de ruptura – agora com a fala do filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro – sob o título “Eduardo Bolsonaro confirma intenção de golpe de estado…”
A fala de Eduardo Bolsonaro defendendo um novo AI-5, gerou um alerta do ex-presidente José Sarney, que percebeu o risco iminente de golpe.
– Presidi a Transição Democrática, que convocou a Constituinte e fez a Constituição de 1988. Sua primeira cláusula pétrea é o regime democrático. Lamento que um parlamentar, que começa seu mandato jurando a Constituição, sugira, em algum momento, tentar violá-la – posicionou-se o ex-presidente.
Mas os Bolsonaro não pararam.
em 2020, a pandemia de coronavírus expôs o despreparo do presidente na condução do país, mas trouxe também o esgarçamento na relação entre os poderes.
E ontem, o deputado Eduardo Bolsonaro voltou a falar em ruptura.
– Não é mais uma opinião de “se”, mas de “quando” isso vai ocorrer. Essas reuniões aqui que o Allan está falando de altas autoridades, até mesmo de dentro de setores políticos, a gente discute esse tipo de coisa – afirmou. (Entenda aqui)
E este risco de ruptura ficou ainda mais claro, não na fala autoritária de Bolsonaro, mas no Habeas Corpus do ministro da Justiça, André Mendonça, em favor de outros ministros e de aliados investigados na operação Fake News. (Entenda aqui)
O HC governista tem um objetivo: encurralar os ministros do Supremo Tribunal Federal, que fatalmente tendem a negar o inconstitucional pedido.
Negando, justificarão a reação de Bolsonaro e seu governo.
E a reação é o golpe; ou ruptura, como chamam os bolsonaristas.
Simples assim…
Considero Lula também um dos culpados desse momento tenso que vivemos, Bolsonaro tinha entre 25 a 30%, que é seu gado fiel, então qualquer dos candidatos mais competitivos ganharia dele no 2º turno, mas Lula quis força a barra com Haddad, e a união do gado com a turma anti-petista deu a vitoria para o Bozo.
Uma narrativa com a premissa equivocada, chega em conclusões erradas.
Iniciar qualquer narrativa acreditando que Lula, Dilma e o PT não foram merecedores das condenações que tiveram, leva qualquer prosa para a conclusão errada.
Já foi fixado nos livros da história. Todas as delações e investigações mostraram os percentuais de corrupção na grande maioria dos contratos públicos da era PT.
Resp.: Não me consta que a Dilma tenha sido condenada por qualquer “percentual de contratos públicos”. Ela foi cassada por uma invenção: a tal pedalada.
Então, procure reler seus “livros de história”.
Uma coisa é o inconsciente coletivo construído a partir de interesses das elites, para levar as massas a criar conceitos abstratos. Como este que você tenta repetir, equivocadamente, neste seu comentário.
Outra coisa é o fato concreto, que vai a julgamento, o preto no branco. E este fato concreto mostra – concretamente – que os motivos da cassação de Dilma foram uma invenção política.
Isto é história. O que você falou, não.
Seu conceito é apenas a repetição de ideias construídas para favorecer o golpe. Repetidas – sem estudos ou pesquisas – pelo rebanho que foi levado às ruas entre 2013 e 2016.
Então a sua premissa é a de que Dilma e Lula são inocentes injustiçados?
As pedaladas fiscais não existiram?
Palocci e todos os donos delatores de construtoras são mentirosos?
Se for isso. Realmente não tem como continuar o debate, pois a premissas opostas levará cada um de nós para caminhos diferentes.
SÓ ESPERO QUE NÃO DEMORE MAIS. SUPREMO NÃO SERVE PRA NADA E O CONGRESSO É CHEIO DE LADRÃO. TEM QUE FECHAR TUDO E PRENDER TODO MUNDO. LUGAR DE VAGABUNDO COMUNISTA E LADRÃO É NA CADEIA, INCLUSIVE DE JORNALISTAS COMUNISTAS COMO TU. ANTES QUE ME CHAME: SIM, EU SOU BOLSOMINION, GADO, SEJA LA O QUE FOR. SÓ NÃO SOU É LADRÃO E ACHACADOR COMO MUITOS DE VCS SÃO.
Não voltando Lula e o PT, qualquer coisa serve.
Alexandre Garcia chamaria seu artigo de factóide. Ou seja,fatos reorganizado de forma a desvirtuar a interpretação dos leitores.