Senador Roberto Rocha, deputado federal Eduardo Braide e deputado estadual Dr. Yglésio afirmam – com base em estudos estatísticos – que o lockdown imposto pela Justiça não teve qualquer efeito na redução de contaminados e de mortos pela coVID-19 e que a fragilidade do sistema faz a doença avançar no interior
Enquanto o governo Flávio Dino (PCdoB) se vê às voltas com mais uma medida atabalhoada de combate ao coronavírus – agora com uma espécie de “libera geral” nas atividades comerciais – lideranças aliadas e oposicionistas já começam a apresentar os primeiros dados do lockdown.
O senador Roberto Rocha (PSD), o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e o estadual Dr. Yglésio (PROS), por exemplo, afirmam não ter havido qualquer efeito positivo do bloqueio nos números da coVID-19.
O lockdown foi decretado pela Justiça e implantado pelo governo Flávio Dino entre os dias 5 e 17 de maio.
Nove dias depois de seu encerramento, os números de contaminados e de mortos pela coVId-19 seguem em alta tanto no interior quanto na Grande São Luís.
No fim de semana, Dr. Yglésio que é professor-doutor em Medicina, divulgou uma série de estudos nas redes sociais apontando para a falta de efeito do bloqueio.
– Os meus dados já direcionam para a ausência de efeito. Até o final do mês teremos estudo definitivo – afirmou Yglésio.
Segundo o deputado, em relação à pandemia e seu avanço em todo o estado, “não há dados suficientes até o momento mostrando uma estabilidade sustentada”.
Seguindo a mesma linha de raciocínio de Yglésio, Roberto Rocha avalia que o único efeito direto do lockdown se deu exatamente no avanço da pandemia no interior.
– Muita gente correu para o interior, muitos deles levando consigo o vírus. Muitos jovens do interior vão para São Luís para estudar ou trabalhar; voltaram, muitos assintomáticos, levando o vírus e contaminando a sua família – acusa o senador.
Medidas sem planejamento
Tanto Roberto Rocha quanto Dr. Yglésio apontam a falta de planejamento do lockdown – e também das novas medidas de Flávio Dino, como o “libera-geral” do comércio – como causa do fracasso das medidas.
– É importante dizer que não estou discutindo o conteúdo da medida, mas a forma. Se era uma medida boa e necessária porque o próprio governador não fez? Quais dados técnicos tinha um juiz para tomar sozinho tal decisão para evitar uma fuga de pessoas para o interior? Porque não foi feita uma blitz nas saídas da ilha com termômetro digital, por exemplo? – ponderou, Roberto Rocha.
Eduardo Braide, por sua vez, preferiu apontar a fragilidade da saúde no Maranhão como resultado do avanço da coVÌD-19 no interior maranhense.
– Essa situação do coronavírus está servindo para mostrar de forma muito clara o quanto a nossa estrutura de saúde vinha sendo tratada com descaso nos últimos anos – afirmou o parlamentar, em entrevista à rádio Mirante AM.
Dr. Yglésio foi ainda mais específico, e apontou falhas, inclusive, no novo decreto, que abriu algumas atividades comerciais na região da Grande São Luís.
– Acredito que o decreto poderia ter sido mais bem estruturado, a definição de negócio familiar é muito nebulosa. Situação como a dos comércios da Rua Grande, gerenciados por empresários chineses e coreanos, enquadram-se nesse segmento. Não houve previsão no decreto estadual para regulamentação das atividades pela prefeitura, o que sugere uma possível desorganização do aparelho fiscalizatório – disse o parlamentar.
Mesmo diante dos números e dos estudos – que suas próprias autoridades usam em suas coletivas – o governo maranhense continua a insistir que suas medidas funcionam.
Mas a realidade se vê nas ruas…
Com esse “libera geral” como está se chamando as flexibilizações das medidas de distanciamento social, é forçoso se deduzir o desespero das autoridades estaduais no gerenciamento ao Covid – 19! Se a curva epidemiológica do Governo Flávio Dino explicitasse pelo menos o pico ou a queda da Pandemia, nem que fosse maquiadas, ainda se relevava?? Se engolia!!!??
Reps.: Só para efeito de informação: nesta segunda-feira, 25, enquanto o governo lavava as mãos para a quarentena, o Maranhão apresentava no recorde de casso e de mortes pela coVID-19.
Na verdade a estrutura dos sistemas públicos tanto estatual como municipal sempre estiveram em colapso, mesmo antes do coronavirus. Com o covid 19 só fez piorar . Quando foi que os sistemas estadual e municipal foram eficientes e satisfatórios? Com o covid 19, pandemia , vírus novo , desconhecido, com características e forma de contágio célere, e os sistemas de saúde nem aparelhos para testes têm suficiente, imagine Respiradores? Isso só dificultou em termos de providências por parte dos sistemas de saúde, já decadentes há décadas. Somados à ignorância, desrespeito e indisciplina da população quanto às medidas anunciadas pelas autoridades mundiais de saúde para evitar ou diminuir o contágio. Então são uma somatória de fatores que contribuem para a triste e real situação no Maranhão quanto ao avanço do Corona. Sem contar a estrutura mais caóticas ainda nos municípios do interior.
Antonio Pedro, da Vila Vicente Fialho, em São Luís MA.