Se, por um lado, o governador vai à TV usar estudo gráfico elaborado pelo deputado Dr. Yglésio, por outro o secretário de Saúde usa seu perfil nas redes sociais para divulgar mais gráfico, de “um craque de Recife”; e ambos ignoram parecer da equipe de consultores contratados pelo próprio governo
O governador Flávio Dino (PCdoB) e o seu secretário de Saúde, Carlos Eduardo Lula, dão mostras cada vez mais robustas de que não levam muito em conta o que pensam seus assessores para a área de epidemiologia, virologia e infectologia. (Entenda aqui)
Além de nunca ter aparecido ao lado de nenhum deles em suas coletivas de imprensa, tanto Dino quanto Lula preferem usar dados de terceiros a levar em conta o que dizem estes consultores, alguns contratados por alguns milhares de reais. (Saiba mais aqui)
Nesta quinta-feira, 21, por exemplo, o governador Flávio Dino (PCdoB) utilizou em sua coletiva os gráficos elaborados pelo deputado estadual Dr. Yglésio (PROS) com a projeção do avanço da pandemia.
Aparentemente enciumado, Carlos Lula foi às redes sociais para publicar novos power point’s, estes feitos por quem o próprio secretário chamou de “craque do Recife”: o professor Dalson Figueiredo, do Departamento de Ciência Política da UFPE.
– Sabe pouco – elogiou Carlos Lula, sobre o estudo que, segundo ele, analisa o lockdown na Grande São Luís, entre os dias 5 e 17 de maio.
Nem Flávio Dino, nem Carlos Lula, porém, fizeram qualquer comentário ao “Parecer Técnico Sumário sobre Uso de Cloroquina/hidroxicloroquina e Azitromicina na Terapia Precoce da CoVID-19, elaborado pela Comissão de Infectologia assessora da Secretaria Estadual de Saúde do Governo do Estado do Maranhão.
Pronto desde a segunda-feira, 18, o estudo desautoriza o uso da cloroquina em pacientes na fase inicial da coVID-19, exatamente como defendem Dino e Lula.
Publicado na íntegra pelo blog Marco Aurélio D’Eça, o estudo, de quase 10 páginas, é assinado pelos professores doutores e especialistas da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) Ana Cristina Rodrigues Saldanha, Bernardo Bastos Wittlin, Conceição de Maria Pedrozo e Silva de Azevedo, Elza Carolina Cruz Sousa Barros, Eudes Alves Simões Neto e Mônica Elinor Alves Gama.
Mas não mereceu qualquer tipo de menção do governo maranhense.
O uso de estudos técnicos elaborados por terceiros – fundamentados ou não – reforçam a ideia de que Flávio Dino e seus auxiliares mais próximos trabalham às cegas no combate ao coronavírus.
E quem não tem direção não sabe para onde vai.
E não chega a lugar algum…