Agora responsável por avalizar a retomada gradual das atividades econômicas no estado, chefe da Casa Civil tem perfil mais agregador e menos beligerante que o próprio governador Flávio Dino, características que podem melhorar também o ambiente sócio-político
Ao transferir ao chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, a responsabilidade de chancelar a retomada das atividades comerciais no Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB), tentou, como sempre, reduzir a pressão dos seus ombros.
Mas acabou – talvez até sem imaginar isso – por criar um ambiente político mais saudável, menos sujeito à dicotomia ideológica e de menos intolerância na relação com o setor empresarial, com a imprensa e com a classe política, governista ou de oposição.
Ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-secretário de estado em várias pastas, Tavares gravita em todos os segmentos políticos e tem ampla e irrestrita confiança dos setores produtivos.
E é mais equilibrado que a maior parte dos auxiliares de Dino, recrutados dentro da linha ideológica seguida pelo chefe.
Ao lado do colega Simplício Araújo, da pasta de Indústria e Comércio, o chefe da Casa Civil vai criar os protocolos necessários para cada atividade comercial, empresarial ou social programando a reabertura gradual da economia.
De fácil diálogo, terá condição menos exposta ao confronto na relação com deputados e líderes oposicionistas, que vai precisar para eventuais propostas legislativas que precisam de rapidez na aprovação.
De qualquer forma, se quis esconder-se das pressões, transferindo suas responsabilidades, Flávio Dino criou – talvez sem querer, repita-se – um melhor ambiente para a própria condução da crise do coronavírus.
Os resultados poderão ser mais positivos a partir de agora…