Grupo que protestava contra o governador foi convocado a depor pela Superintendência de Investigações Criminais, sob alegação de estar furando as regras de isolamento, gerando aglomeração ilegal; à noite, houve panelaço contra Dino, durante sua entrevista à TV Mirante
A intimação de um grupo de manifestantes que protestava contra o governador Flávio Dino (PCdoB) gerou polêmica nas redes sociais, nesta segunda-feira, 18, e acusações de autoritarismo contra a Secretaria de Segurança.
Com críticas à falta de transparência do governo e o não-esclarecimento do uso do dinheiro encaminhado pelo Governo Federal, o grupo fazia protesto pacífico, mas foi rechaçado por agente da Superintendência de Investigações Criminais (SEIC).
– Todo mundo aqui que tá no vídeo foi indiciado, foi intimado a prestar depoimento por que criaram um grupo de WhatsApp; isso é uma ação coercitiva que estão fazendo com os cidadãos maranhenses. Isso é errado – diz um dos homens.
O outro duz que a ação é “perseguição”, fruto de uma “ditadura comunista”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública chamou de ´”noticias falsas” as informações sobre o enquadramento dos manifestantes e alegou que “as intimações derivaram de normas sanitárias em, vigor, que proíbem aglomerações”.
À noite, em contato direto com o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, o blog Marco Aurélio D’Eça foi informado que os manifestantes foram enquadrados no artigo 268 do Código Penal.
– Primeiro foram ouvidos três; hoje [ontem] foram ouvidos nove – disse o secretário.
Questionado sobre outras ações deste tipo – antes ou depois do enquadramento dos manifestantes anti-Dino – Portela garantiu que pelo menos oito foram conduzidos no mês de abril em São Luís, “e mais alguns em Imperatriz”.
– Estão proibidas quaisquer concentração. Todos sabem. Da oposição ou de Governo. A devida judicial vale para todos. Não é uma questão política. É sanitária e de saúde pública. O isolamento social é mundial, de acordo com o início da contaminação. Acabaram o lockdown e o rodízio de veículos. Permanece a proibição judicial de aglomerações – justificou o secretário de Segurança.
À noite, quando Flávio Dino concedia entrevista à TV Mirante, houve panelaço em alguns locais de São Luís.