À exceção do assassino Jonathan de Sousa – bode expiatório de uma trama que abalou a imprensa maranhense – morte do jornalista continua com envolvidos todos livres, leves e soltos e com as mesmas práticas influenciando o poder
O assassinato do jornalista Décio Sá completa oito anos nesta quinta-feira, 23.
E o efeito prático das investigações foi ter levado à prisão e condenação apenas do assassino, Jonathan de Souza.
Oito anos depois, todos os envolvidos no crime estão hoje a curtir a vida, livres, leves e soltos, sem preocupação alguma em voltar aos bancos dos réus ou à cadeia.
Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, o ex-empresário Júnior Bolinha, o agenciador de serviços diversos Fábio Buchecha, e o agora coronel PM Fábio Capita estão todos a passear alegremente pela vida, livres e sem perspectiva de punição da Justiça maranhense, que parece também fazer de conta que o caso não se encontra em seus escaninhos.
A morte de Décio abalou a comunicação de internet em seu auge, quando a mídia caminhava para uma postura mais pessoal diante dos fatos.
E este abalo foi o único efeito prático da investigação da morte do jornalista.
Nada mais mudou.
A agiotagem continuou a dar as cartas na política maranhense, a relação de criminosos com poderosos continuou a grassar no sistema empresarial e muitos dos que se beneficiaram de Décio continuaram a se beneficiar de outros agentes da mídia.
Tudo segue na mais absoluta normalidade do caos, com acusados celebrando julgadores, medíocres tentando ocupar o espaço deixado pelo jornalista e incompetentes chegando ao poder político.
Apenas Décio Sá acabou perdendo nesta história toda.
Pior: perdeu a própria vida…