A escolha do comunista maranhense entre a eleição presidencial e a senatória levará a uma rearrumação que pode gerar rachas em toda sua base política, criando situações desastrosas a aliados no governo, na Assembleia e na bancada federal
Ao mesmo tempo em que blogs maranhenses repercutiam na quinta-feira 16, a notícia de que o ex-presidente Lula admitia, pela primeira vez, um apoio ao governador Flávio Dino (PCdoB) em 2022, o blog do jornalista Jorge Aragão levantava a hipótese de recuo do comunista.
A inserção do governador maranhense no debate presidencial o levou a uma situação de quase não-retorno, pelas consequências de uma decisão em concorrer ao Senado, por exemplo, e não à presidência ou vice.
Desde que Dino decidiu imiscuir-se no debate presidencial, ainda em 2018, seus aliados começaram a construir – como era de se esperar – também as suas opções de poder no vácuo que surgirá em 2022.
O presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB), por exemplo, já anunciou mais de uma vez que disputará as eleições majoritárias. (Relembre aqui, aqui e aqui)
De olho no posto de Neto, seu vice, Glalbert Cutrim (PDT), articula desde então ocupar a cadeira presidencial na Assembleia.
Como ficam Othelino e Glalbert diante de um recuo nacional de Flávio Dino ?!?
E como ficariam o vice-governador Carlos Brandão (PRB) e o senador Weverton Rocha (PDT) se o comunista optasse por concorrer ao Senado em uma encabeçada por um ou por outro?
A exigência de ter que refazer seus planos traria a qualquer uma dessas peças políticas consequências desastrosas, uma vez que a reação em cadeia – entre deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores que também já fizeram planos com base no caminho presidencial de Dino – afetaria diretamente suas eleições.
Obviamente que a essas alturas – às vésperas das eleições municipais – tanto Weverton Rocha quanto Carlos Brandão, Othelino Neto e Glalbert Cutrim já firmaram compromissos com base no projeto presidencial de Flávio Dino.
E esses compromissos levaram a projetos de outros, que também terão que refazer seus planos.
Diante de toda essa questão, o recuo do comunista mostrará se ele tem um projeto de poder envolvendo o grupo ou apenas pessoal.
É aguardar e conferir…