Só o fato de ser cotado como possível vice em chapas – e por lideranças tão distintas ideologicamente – revela que o governador maranhense está, de fato, inserido definitivamente no debate nacional das eleições de 2022
Editorial
Em dois dias seguidos, o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB) foi citado por lideranças de distintos partidos – e jornalistas de peso do cenário nacional – como opção preferida na composição de chapas para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro.
Para alguns analistas maranhenses, essas citações diminuem o tamanho do comunista no debate presidencial, já que ele é visto apenas como bom companheiro de chapa.
O titular do blog Marco Aurélio D’Eça pensa o contrário, e entende que a inclusão de Dino como opção de diferentes tendências mostra que ele, além de estar com o nome nacionalizado, também consegue envolver diversos campos do espectro político.
Não pode ser considerado de somenos importância o fato de o governador do Maranhão – a despeito de seu desempenho aquém do esperado na gestão do estado – ser visto como boa opção, e ao mesmo tempo, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pelos principais interlocutores do ex-presidente Lula e do PT.(Entenda aqui e aqui)
Também não pode ser desmerecido o fato de um representante do PCdoB – partido cujos postulados representam a antítese de tudo o que se debate em termos de desenvolvimento, hoje, no Brasil – ser cobiçado como vice por um candidato como Luciano Huck, que representa exatamente os ideais do capitalismo e dos valores empresariais paulistas.
Flávio Dino conseguiu, sim, nacionalizar seu projeto de poder e entrou, definitivamente, no debate sobre a sucessão de Bolsonaro.
E o fato de ser discutido como vice, abre caminho natural para que ele possa ser discutido também como opção de candidato, sobretudo diante das incertezas que cercam o projeto de Lula, do PT e da esquerda brasileira.
É aguardar e conferir…