Assessor investigado como suspeito de operar rachadinha no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro desabafa com interlocutor, em áudios obtidos pela Folha de S. Paulo, e já demonstra cansaço com sua situação
A fala abaixo é de alguém acuado, tenso, ressentido com sua situação atual:
“É o que eu falo, o cara lá está hiperprotegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Ver e tal… É só porrada. O MP [Ministério Público] tá com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente. Não vi ninguém agir”.
Trata-se de ninguém menos que Fabrício Queiroz, o operador do laranjal do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL) quando este atuava como deputado estadual na Assembleia do Rio de Janeiro.
Queiroz mostra-se preocupado e faz ameaças, mesmo fazendo questão de deixar claro ao interlocutor sua relação de aliança com os Bolsonaro:
“Era para a gente ser a maior força, a gente. Está todo mundo temendo, todo mundo batendo cabeça”, diz ele, em áudios obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e publicados neste domingo, 27.
Aos poucos, a mídia, a polícia e o Ministério Público vão chegando perto de Queiroz, o homem, das rachadinhas; e esse cerco vai se fechando à medida que o governo Bolsonaro vai se esvaindo diante da realidade.
E ao que tudo indica, o operador do laranjal bolsonarista já não está tão satisfeito assim para manter seu silêncio.
“Vamos ver no que vai dar isso aí para voltar a trabalhar, que já estou agoniado. Estou agoniado de estar com esse problema todo aí, atrasando a minha vida e da minha família, a porra toda”, diz ele.
Que, cedo ou tarde, vai contar tudo…