Mesmo em número reduzido, deputados que não compõem a base governista têm conseguido evidenciar situações que forçam o governo Flávio Dino a mudar rumos e a corrigir equívocos de sua equipe e dele próprio
A oposição tem cumprido um papel fundamental na Assembleia Legislativa do Maranhão.
Embora em número bastante reduzido – somente os deputados César Pires (PV), Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PSDB) – os parlamentares que não fazem parte da base governista têm conseguido fiscalizar e até forçar o Executivo a corrigir questões prejudiciais à população.
Na semana passada, César Pires usou a tribuna para criticar a decisão da Secretaria de Administração Penitenciária (Sejap) de oferecer curso de artes marciais para presidiários.
– Como aceitar que detentos sejam treinados para defesa pessoal, se por outro lado os agentes penitenciários há muito tempo não recebem esse tipo de capacitação? É muito difícil compreender que seja positivo capacitar encarcerados para o embate pessoal, dando a eles instrumentos para cometer crimes dentro e fora do sistema prisional – declarou o deputado.
Diante da repercussão negativa, a Sejap anunciou o cancelamento do curso de artes marciais.
Desmonte da Saúde
Da mesma forma, por sucessivas vezes César Pires tem usado a tribuna da Assembleia para relatar o desmonte da rede estadual de saúde, mostrando a suspensão de serviços, a falta de insumos, a demissão de pessoal em UPAs e hospitais em todo o Maranhão, de São Luís a Pinheiro, Presidente Dutra, Matões, Chapadinha, Codó, Coroatá e tantos outros municípios.
Mais recentemente, o alvo das denúncias da oposição foram o Centro de Hemodiálise de São Luís e o Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO).
No primeiro caso, o governo inaugurou o serviço anunciando o funcionamento de 40 máquinas, mas César Pires mostrou, em vídeo, que só 14 estavam funcionando. No caso do HTO, foi revelada também a redução, em cerca de 25%, no número de atendimentos aos pacientes ortopédicos.
– Cumprimos nossa obrigação de fiscalizar os atos do Executivo e cobrar soluções que atendem os interesses da população. Não podemos aceitar sem questionar medidas que só interessam ao governo – concluiu César Pires.