Ex-juiz da Lava Jato criticou performance de procuradora ao coordenador da Lava Jato, que conversou com um colega sobre mudanças, resultando na alteração da escala de membros do MPF na audiência com o ex-presidente
O último diálogo do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, revelado pelo blog do jornalista Reinaldo Azevedo e pela Band News, é a prova mais cabal de que o agora ministro da Justiça interferiu decisivamente no processo contra o ex-presidente Lula.
Em 13 de março de 2017, em uma conversa com o coordenador da Lava Jato no Ministério Público, Deltan Dallagnol, Moro critica expressamente do desempenho da procuradora Laura Tesller como inquisidora; e sugere que algo seja feito para o depoimento de Lula.
– Prezado, a colega Laura Tessler de vcs é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem…. – disse Moro.
No mesmo dia, Dallagnol conversa sobre o assunto com o também procurador Carlos Fernando Lima. Os dois travam o seguinte diálogo sobre as audiências, que se conclui desta forma:
Dallagnol: – Vamos ver como está a escala e talvez sugerir que vão 2, e fazer uma reunião sobre estratégia de inquirição, sem mencionar ela…
Lima: Por isso tinha sugerido que Júlio ou Robinho fossem também. No do Lula não podemos deixar acontecer….
E não deixaram acontecer mesmo.
No depoimento de Lula, ocorrido em 10 de maio de 2017, Laura Tesller não estava presente, como queria Moro; ela foi substituída por “Júlio” (Júlio Noronha) e “Robinho” (Robson Pozzobon), como antecipou Lima.
Tradução óbvia: Moro não gostou do desempenho de um membro da acusação, mostrou sua contrariedade ao chefe da acusação, que articulou para que esse membro fosse substituído.
Moro manipulou o processo, portanto, para prejudicar uma das partes, no caso, o próprio Lula.
E sua sentença está contaminada por esta manipulação.
Deve ser anulada, pura e simplesmente…
O resultado pretendido por esse suposto “herói” foi atingido, que era tirar Lula da eleição, e isso não tem como voltar, como prémio ganhou o ministério e uma futura vaga no STF, como o mundo é cíclico, um dia quem perdeu pode ganhar.