Com perfis parecidos, que vão do autoritarismo à dificuldade de diálogo com os contrários, os dois políticos só se diferenciam nas causas radicais – de esquerda e de direita – como a defesa da ditadura da Venezuela e a perseguição às minorias
O governador comunista do Maranhão, Flávio Dino, tem um incômodo claro e público com a candidatura presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). E suas tentativas de esvaziamento do evento que o presidenciável fará em São Luís, no dia 14, mostram esse incômodo.
Dino tem feito sucessivos adiamentos de eventos de sua chapa para tentar coincidir com a presença de Bolsonaro no Maranhão, como se quisesse dividir as atenções.
Dino e Bolsonaro têm perfis parecidos.
Ambos têm traços de autoritarismo e de imposição desmedida de pontos de vista, sem aceitação de contraditórios. E ambos estão nas extremidades do espectro político, com teses radicais de esquerda e de direita.
Talvez por isso, o embate entre os dois tem sido duro e agressivo.
E talvez por isso, ambos tentem evitar o confronto direto, apenas com as ações de esvaziamento de lado a lado, sem declarações pessoais.
Se, por um lado, o governador do Maranhão mostra teses radicais, de defesa de ditaduras como a da Coréia do Norte e da Venezuela, por outro, Bolsonaro se mostra tão radical quanto, na perseguição às minorias e agressividade contra mulheres, negros, gays e indígenas.
Os dois terão um encontro no Maranhão – ainda que não pessoal – daqui a oito dias.
É oportunidade de se ver em ação os dois lados de uma mesma moeda do radicalismo político.
Da coluna Estado Maior, de O Estado
Não concordo que Jair Bolsonaro persegue minorias como disseste no texto.