O deputado federal Hildo Rocha representou a Câmara dos Deputados no ato de entrega do dossiê que oficializa a candidatura do Bumba-meu-boi ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O documento foi entregue pela presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, para a diretora do Departamento de Cultura do Itamaraty, ministra Paula Alves de Souza.
O parlamentar, mostrou-se otimista quanto ao pleito do Maranhão. “Acredito que complexo cultural do Bumba- meu-Boi do Maranhão será reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade”, afirmou Hildo Rocha.
O deputado destacou que o Bumba-meu-boi é a manifestação cultural mais representativa do Maranhão. “A dança é bonita; a brincadeira tem vários ritmos musicais , denominados de sotaques; o enredo e os figurinos reúnem elementos originários de várias culturas. Então, por toda sua riqueza, entendemos que o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi merece alcançar o status de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Por isso estamos engajados nessa missão”, enfatizou Rocha.
O parlamentar destacou ainda a satisfação por participar da solenidade de entrega do dossiê e por ter a oportunidade de representar o parlamento brasileiro na solenidade que simboliza o primeiro passo para o reconhecimento internacional concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Capital Nacional do Bumba-meu-boi
A presença do deputado Hildo Rocha na solenidade não é à toa. O parlamentar tem se destacado como fervoroso defensor da cultura maranhense, com ênfase para o Bumba-meu-boi. Rocha é autor de Projeto de Lei n. 4364/2016, que denomina a cidade de São Luís (MA), capital nacional do Bumba Meu Boi. A proposta ainda tramita na Câmara Federal e já foi aprovada em todas as comissões por onde passou.
Divulgação da cultura maranhense
Rocha tem se destacado ainda por contribuir para a difusão do Bumba-meu-boi por meio de Sessões solenes que anualmente a Câmara realiza, por iniciativa do parlamentar, com transmissão via TV, rádio e internet, abrangendo milhões de ouvintes e telespectadores ao redor do mundo.
De acordo com o parlamentar, uma das principais vantagens da elevação do Bumba-meu-boi ao status de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade é que a manifestação passará a contar com o apoio e a proteção da Unesco.
“Isso terá reflexos positivos tanto na preservação quanto no fortalecimento da principal manifestação cultural do Maranhão. Assim sendo, poderemos evitar o desaparecimento de sotaques como o de Costa de Mão, que está, aos poucos, sendo esquecido porque os grupos folclóricos não tem a devida atenção e proteção por parte do Estado maranhense”, enfatizou Hildo Rocha.
O Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes.
A Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial é mais voltada para salvaguarda do que pra o destaque dos bens. Assim, contribui mais para estimular a construção de políticas consistentes nos Estados-membros, e menos para produzir uma lista de bens imateriais excepcionais.
Avaliação
O Comitê Intergovernamental, instância que avalia as candidaturas, é composto por 24 membros, representantes dos Estados-parte da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, de 2003. Ao todo 177 países são signatários dessa Convenção.
O Brasil já possui cinco bens reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (2003); o Samba de Roda no Recôncavo Baiano (2005); o Frevo: expressão artística do Carnaval de Recife (2012); o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (2013) e a Roda de Capoeira (2014). Agora, com a candidatura do Bumba-meu-boi o país poderá ter mais um patrimônio cultural reconhecido internacionalmente.
Além de Hildo Rocha e Kátia Bogéa, também participaram do ato o deputado federal Vítor Mendes; a secretária executiva do Ministério da Cultura, Mariana Ribas; o diretor do Instituto de Patrimônio Imaterial, Hermano Queiroz e o superintendente do Iphan no Maranhão, Mauricio Itapary.
Também estavam presentes o presidente da Fundação Palmares, Erivaldo Oliveira; o representante do Boi de seu Teodoro, Tarquínio Cardoso, de Brasília e representantes do governo do Maranhão.