Samba Enredo e roteiro da Escola de Samba Unidos do Tatuapé não citam uma única vez a cidade de São José de Ribamar, cujo prefeito anuncia que será destacada no carnaval paulista
Em 2011, a então governadora Roseana Sarney (MDB) foi duramente criticada pela oposição ao anunciar homenagem da escola de samba Beija Flor, do Rio de Janeiro, ao Maranhão.
Mas Roseana Fez tudo às claras, divulgando orçamento e mostrando o impacto positivo da homenagem no turismo maranhense.
Sete anos depois, outra escola de samba, desta feita a Unidos do Tatuapé,de São Paulo, também fará homenagem ao Maranhão. Mas o caminho para que essa “homenagem” ocorresse é que tem sido cercado por estranhas questões.
Em primeiro lugar, a Tatuapé anunciou a homenagem ao Maranhão em fevereiro de 2017, logo após o Carnaval vencido por ela em São Paulo. Na época, blogs revelaram que o enredo seria pago pelo Governo do Estado. A repercussão negativa – e a inevitável comparação com a crítica que o próprio Dino fez sete anos antes – acabou levando o governo comunista a negar que fosse patrocinar o Carnaval da escola paulista.
Até porque havia muitas coincidências em jogo: a madrinha da escola é a sambista Leci Brandão, do mesmo partido de Flávio Dino, que vem ganhando dinheiro ano após ano como cantora no Réveillon patrocinado pelo comunista. Além dela, o carnavalesco da Tatuapé é um maranhense também vinculado ao partido de Dino.
Com a negativa de Dino, a escola de São Paulo – já com enredo, samba e todo o roteiro pronto – foi orientado a procurar o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT). Evangélico, Edivaldo também negou apoio à escola, sobretudo pelo fato de que o samba, já pronto, não contemplava a capital maranhense.
Mas eis que, às vésperas do Carnaval, o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB) – outro aliado de Flávio Dino – anunciou, ele próprio, que a Tatuapé iria homenagear a cidade balneária com o enredo sobre o Maranhão.
Luis Fernando apressou-se em garantir que nenhum custo teve a “homenagem” para a prefeitura.
O problema é que o samba que irá ser cantado neste fim de semana, não tem uma palavra sequer que remeta a São José de Ribamar.
Trata-se do mesmo samba oferecido primeiro ao governo, depois à Prefeitura de São Luís.
Sem tirar nem por…
Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão