Decisão do ministro Edson Fachin, que reconhece a ilegalidade do ato do procurador Marcelo Miller, mas, mesmo assim, prende apenas seus cúmplices, expõe mais uma vez a ditadura do Judiciário na sociedade brasileira
Editorial
No Brasil de castas, juízes, desembargadores e ministros do Judiciário podem ter filhos assessorando políticos e esposas em escritórios de defesa de políticos que eles próprios julgarão.
No Brasil de castas, um desembargador, juiz ou ministro pode processar jornalista e ainda ter o caso julgado por um juiz de primeira instância de sua própria área de influência, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
No Brasil de castas de Gilmar´s Mendes, Rodrigo’s Janot e Sérgio’s Moro, defendidos – até com agressividade – por associações extremamente corporativistas e reacionárias, o Judiciário se põe, por si mesmo, acima do bem e do mal.
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E a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, de prender os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud – criminosos contumazes, que só estavam soltos pela benevolência do próprio Judiciário – exibe diferenciação que o Judiciário faz dos cidadãos comuns e de suas castas de juízes e promotores.
Fachin deixa claro que os empresários receberam “aconselhamento ilegal” do ex-assessor de Rodrigo Janot, procurador Marcelo Miller.
Mas o mesmo Fachin decidiu manter livre o “aconselhador ilegal”.
É assim que funciona no Brasil de castas do Judiciário.
Simples assim…