Quando membros do Ministério Público se submetem a perseguir adversários, e juízes se entregam a um projeto que o Palácio dos Leões quer, evidencia-se o risco às liberdades democráticas; e o estado absoluto prevalece
Editorial
O governador Flávio Dino (PCdoB) é o chefe do Poder Executivo, mas há outros dois poderes independentes: o Legislativo e o Judiciário.
E neste conjunto de forças há uma quarta, o Ministério Público, responsável por velar pela liberdade.
Mas quando promotores de Justiça se submetem a perseguir adversários – ou quando um juiz aceita a entrar num projeto que não é seu apenas “porque o Palácio dos Leões quer” – aí se perde a referência de democracia.
Um membro do Ministério Público não pode fazer só o que o governador quer; um magistrado não pode se submeter às ordens de palácios.
A menos que não exista Justiça; e que o Ministério Público seja um apêndice do poder Executivo.
Juízes têm todo o direito de alimentar sonhos políticos; promotores podem, e devem, querer crescer na profissão.
Mas entregar seus projetos ao crivo do governador é matar a Justiça em sua raiz.
E quando a raiz é arrancada, já não haverá a sombra das árvores…
Editorial duro, mas que disse toda verdade. Há muito tempo vemos que membros destas duas instituições, MP e Judiciário, têm uma agenda política. É o que acontece na lava jato, que é um processo que poderia ser benéfico ao país, mas está passando a imagem que atende a interesses políticos de seus principais atores. No Maranhão não é diferente. O TJ e o MP sempre foram subservientes ao Pode Executivo. Porém, hoje, a submissão chega a um nível vergonhoso jamais visto.