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Histórias de agiotagem…

Prisão do maior operador deste tipo de atividade no Maranhão reabre o debate sobre a relação entre a classe política e os emprestadores de dinheiro nos bastidores do poder; e ele tem muito a contar à polícia

 

ARQUIVO VIVO
Pacovan, esposa e alguns de seus devedores em uma de suas várias prisões: ele tem muito a falar, mas é preciso interesse

O agiota Josival Cavalcanti, o Pacovan, começou com uma venda de banana na Ceasa; hoje, é um dos homens mais ricos do Maranhão.

Aprendeu a ganhar a vida emprestando dinheiro a juros – primeiro para os colegas feirantes; depois, para quem aceitasse se submeter aos juros escorchantes e ameaças várias.

A prisão de Pacovan – a enésima nos últimos 10 anos – reabriu o debate sobre o financiamento clandestino de campanhas no Maranhão.

E o agiota pode contribuir muito se a polícia e o Ministério Público quiserem.

Pacovan tem nas mãos políticos de todos o cacifes – dos mais altos aos mais baixos escalões eleitorais – e movimenta milhões e milhões de reais todos os anos.

Nos corredores da Assembleia Legislativa são comuns relatos de visitas dele e de outros “financiadores” a gabinetes estrelados.

A maioria paga o financiamento com dinheiro público, como ficou revelado nas primeiras investigações da agiotagem após a morte do jornalista Décio Sá – e que o governo Flávio Dino (PCdoB), estranhamente, decidiu manter nas gavetas. (Saiba mais aqui)

E foi aí que Pacovan se perdeu.

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DINHEIRO PÚBLICO
Gláucio e seu pai, Miranda; eles também se seduziram pelo retorno dos financiamentos de campanha

Dono de postos de combustíveis, lojas, prédios, casas e salas comerciais amealhados em confiscos por falta de pagamento de seus “empréstimos”, o agiota, assim como outros de sua estirpe, foi seduzido pelo dinheiro fácil das prefeituras.

E a partir do controle de talões de cheques inteiros de alguns municípios, atraiu a atenção da polícia.

Mas acontece que não é só a Política que sobrevive ás custas do dinheiro fácil de Pacovan.

Talvez por isso seja melhor ele ficar calado…

Marco Aurélio D'Eça

2 Comments

  1. Juros escorchantes… que dizer dos juros praticados pelo cartão de crédito e o cheque especial.
    É difícil de acreditar que seja esse Senhor o único a desenvolver essa praticar em nosso meio.
    Pelo visto, a Justiça Eleitoral não cumpre com o seu papel de acompanhar e fiscalizar as eleições…

  2. Ao que me consta Pacovan ( nome de um tipo de banana) é ou era o MAIOR FORNECEDOR de banana do CEASA e nesta atividade SEMPRE teve muito sucesso pois BANANA é a fruta mais consumida no País e ele, Pacovan é (ou era) o maior distribuidor de bananas ( disparadamente) no estado do Maranhão.
    Agora o maior agiota do Maranhão é Dedé Macedo. Agiotagem é igual chantagem, tem o chantagista e tem o chantageado, no caso do pacovan, ele é o agiota e as “vitimas” pobres e indefesos prefeitos que, por não aparecerem, provavelmente não existam.
    Orca, quem ROUBA o dinheiro público para pagar o agiota é o prefeito que neste caso é apenas” o sujeito oculto.
    Agora quem conhece a coisa de perto diz que ele´cobra escorchantes DEZ por cento de JUROS contra os módicos 12%, 13% cobrados pelos banco oficiais.
    E por falar em Dedé Macedo, cadê ele?
    E o honesto e sério irmão dele famoso negociante de “cargas” diversas?

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