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Ímpeto policialesco de Janot une autoridades contra “estado policial”…

Senadores, deputados, juristas e jornalistas apontam desproporcionalidade nos pedidos de prisão de lideranças do PMDB  já discutem formas de barrar o autoritarismo do chefe do Ministério Público

 

De constituição nas mãos: abusos do procurador pode unir a classe política

De constituição nas mãos: abusos do procurador pode unir a classe política

 

Repercutiu negativamente em todos os poderes da República a ação – considerada desproporcional e desarrazoada – do procurador-geral da República Rodrigo Janot contra lideranças do PMDB na Câmara e no Senado.

Para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos alvos de Janot, a ação é abusiva.

–  [o presidente do Senado] não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça, já que nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei. Por essas razões, o presidente considera tal iniciativa, com o devido respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva – disse nota distribuída pelo senador.

Outros alvos do procurador também se manifestaram, todos com a classificação de abuso, desproporcionalidade e intempestividade do procurador.

Estranhamente, o próprio procurador parece ter se acovardado, pela manhã, quando perguntado se as revelações do jornal O Globo eram verdadeiras .

– Não confirmo nada – disse ele.

A ação de Rodrigo Janot uniu, inclusive, lideranças antagônicas, como os líderes do PSDB e do PT no Senado.

Para o tucano Cássio Cunha Lima (PB), o clima no Brasil não pode continuar como está, com ameaça de prisões apenas por expressão de opiniões.

Já o petista Paulo Rocha (BA), foi mais incisivo; “ninguém pode sair por aí prendendo ou pedindo prisão de qualquer jeito”.

Nenhum dos líderes do Congresso Nacional, seja de qual partido for, apoiou a iniciativa de Rodrigo Janot, vista como jogo de poder pela imprensa do Sul do país.

Os pedidos do procurador estão sob análise do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal…

Marco Aurélio D'Eça

2 Comments

  1. Esse clima de pega-pra-capar instalado no país vai custar muito caro. Verdadeiras ditaduras começam assim. “Vamos prender todos, todo mundo é corrupto” e a turba se exalta! Acho que não é assim. Tem-se que tomar cuidado com esse tipo de sentimento dentro da população. A sociedade já está de saco cheio com a política, com razão, por isso, gente como esse tal Janot deveria ser mais reponsável. Incluo nessa lista bravateiros como Joaquim Barbosa e Marina Silva que também apostam nesse clima de “todos-são-corruptos-menos-eu”. Se uma eleição vier agora, o que já seria inconstitucional, seria eleito, como Romero Jucá mesmo falou e com razão, o mais mentiroso, irresponsável e bravateiro: terreno fértil para JB, Marina Silva e Lula. Deus, tenha piedade do Brasil!

  2. Uma ligeira reflexão.
    A caminho com Maiakovski
    (Bertolt Brecht)
    Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim: não dizemos nada.
    Na segunda, já não se escondem. Pisam as flores, matam o nosso cão e não dizemos nada.
    Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada.

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