A base do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, rejeitou, na manhã desta terça-feira, 17, requerimento de número 229/2016, de autoria do deputado estadual Edilázio Júnior (PV), à Mesa Diretora da Casa, que pedia informações ao secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), sobre os gastos públicos do governador Flávio Dino (PCdoB) com viagens a Brasília, realizadas durante a primeira fase do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
O requerimento foi primeiro vetado pela Mesa Diretora, após o líder do governo, deputado Rogério Cafeteira (PSB), orientar os parlamentares pela rejeição do pedido.
A oposição então recorreu ao plenário, e o veto foi confirmado por 17 votos a 5.
Edilázio lamentou a postura do governo, e afirmou que a negativa vai de encontro ao discurso de transparência utilizado pelo governador durante a campanha eleitoral, em 2014, e no início do mandato.
“Logo o governador, que criou a Secretaria de Estado de Transparência e Controle. Vai de encontro a todo o seu discurso de lisura. Ele ainda noticia que o seu governo é o mais transparente do Brasil”, disse.
Apesar de ter o requerimento rejeitado, Edilázio Júnior chamou atenção para o fato de parte da base governista ter evitado votar, e ao mesmo tempo seguir, a orientação da liderança do Executivo na Casa.
Isso porque quando o recurso ter sido colocado para votação, cerca de 20 deputados deixaram o Plenário do Legislativo.
“Eu já me dou por satisfeito. Para um Governo que até bem pouco tempo tinha 38 deputados aliados, agora consegue com muita luta 17 votos. Essa é uma vitória para a oposição”, considerou o parlamentar.
No início do mês, a coluna Esplanada, assinada pelo jornalista Leandro Mazzini, mostrou que o governador Flávio Dino gastou R$ 2.577,89 apenas com táxi aéreo, em 23 dias. Os dados são do Portal de Transparência do Governo do Estado. O valor foi pago à empresa Heringer Táxi Aéreo. Parte das viagens foi feita a Brasília, justamente no período da primeira etapa do processo de impeachment.