Presidente classifica de “impeachment fraudulento” a decisão de seu afastamento e garantiu estar disposta a lutar por todos os meios para exercer o seu mandato até o fim, em dezembro de 2018
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) fez na manhã desta quinta-feira, 12, um desabafo para aliados, militantes e representantes de movimentos sociais, ao se despedir do Palácio do Planalto.
Ela voltou a afirmar tratar-se de um impeachment fraudulento, que ela chama de golpe.
– O que está em jogo nesse momento não é o meu mandato, mas as conquistas sociais; o que está em jogo é a maior descoberta do Brasil, o pré-sal. O que está em jogo é o futuro do país – declarou Dilma, para lembrar que fora eleita com 54 milhões de votos.
Ao revelar ter sofrido uma “intensa sabotagem” desde o início do seu mandato, com objetivo de impedi-la de governar e criar o ambiente propício ao golpe, a presidente afastada lembrou já ter vencido outros desafios.
– A vida me impôs vários desafios. Alguns que pareciam intransponíveis. Sofri a dor indescritível da tortura, a dor aflitiva da doença e agora a dor inominável da injustiça – disse ela, que garantiu lutar para corrigir essa injustiça.
– Posso ter cometido erros, mas jamais cometi crime. Meus acusadores sequer conseguem dizer que ato eu cometi – afirmou.
Dilma declarou que em nome dos 54 milhões de votos que recebeu em 2014 é que vai lutar para tentar reaver o mandato.
– Querem, na verdade, impedir a execução do programa de governo escolhido por 54 milhões de brasileiros e brasileiras – concluiu a presidente.
Ao descer a rampa do Palácio, Dilma fez outro discurso, agora como militante, aos manifestantes que estavam em frente ao Palácio do Planalto.
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