Sebastião Uchôa, que foi titular da Administração Penitenciária, conta que investigou servidores e não servidores por corrupção, torturas, abuso de poder e envolvimento com facções
Uchôa investigou mais de 100 servidores em Pedrinhas; muitos continuam atuando
O ex-secretário de Administração Penitenciária, delegado Sebastião Uchôa, chegou a pedir a prisão temporária de mais de 100 servidores e prestadores de serviços do Complexo Penitenciário de Pedrinhas por envolvimento com crimes.
– Infelizmente a Justiça negou, em razão da complexidade. Dali, as peças foram remetidas para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais. Não sei que fim levaram essas peças – revelou Uchôa, em entrevista ao jornal O EstadoMaranhão.
A revelação do delegado mostra que já existiam suspeitas de envolvimento de servidores da Sejap que atuam em Pedrinhas com crimes de todos os tipos.
– Mandei abrir vários processos administrativos, por vários tipos de crimes: corrupção, tortura, maus tratos, facilitação de fuga. Inclusive concluímos alguns processos até com pedido de demissão de agentes penitenciários, ligados a coisas graves que ocorriam no Sistema Penitenciário – disse Uchôa.
O ex-secretário conta que teve de deixar a Secretaria e não tem nenhum conhecimento a respeito do andamento destes processos.
– Não sei se o atual governo aplicou essas punições em razão desse suposto grande acordo que eles têm com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, que trabalharam para o governo atual nas eleições passadas em todos os sentidos – concluiu Uchôa.
E muitos dos investigados voltaram a atuar no presídio no governo Flávio Dino (PCdoB).
ELE DEIXOU DE PEDIR A PRISÃO DOS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELA BANDIDAGEM DE PEDRINHAS, A SABER: O EMPRESÁRIO DONO DA EMPRESA DE VIGILÂNCIA ATLÂNTICA QUE FAZIA A SEGURANÇA NO COMPLEXO E A EX-GOVERNADORA ROSEANA SARNEY.