Por J.R Campos*, com ilustração do blog
Em o “Desafio Mundial”, o ultrafamoso escritor Jean Jacques Servan Schreiber, mais conhecido como JJSS, diz que o primeiro negócio mais rentável do mundo é o petróleo; que o segundo também é o petróleo; e que o terceiro ainda é o petróleo. Sim, porque dele nada se perde. Até o último de seus subprodutos custa caro, o asfalto. Assim, do petróleo tudo se aproveita.
Antes do advento da OPEP, companhias petrolíferas americanas e inglesas ditavam os preços do mercado internacional a seu bel-prazer, prejudicando com preços vis a economia dos países produtores. Elas, como os grandes refinadores e distribuidores dos derivados, deitavam e rolavam nos seus lucros absurdos; e os produtores, a chupar dedo.
No Brasil, não se conhece um outro negócio que dê mais lucro que a atividade bancária. Mas só para os banqueiros. Os bancários, mantida a devida analogia com a produção de óleo cru, estão na mesma condição dos produtores de petróleo antes da fundação da OPEP em 1960, ou seja, produzem todo o trabalho do banco para que apenas os banqueiros desfrutem dos lucros fantásticos, os maiores do planeta Terra, à custa de salários miseráveis pagos aos bancários.
Sem dúvida que a greve, que já dura vários dias, prejudica sobremodo toda a população. Mas, plagiando o slogan do PSTU, que já virou refrão em todo o país, “só a luta muda a vida”, os bancários não vão conseguir absolutamente nada sem greve, pois a ganância dos banqueiros não lhes permite dividir os lucros exorbitantes do que ganham com taxas e serviços arbitrados por eles mesmos.
A instituição bancária, ao que se sabe, parece não sofrer a tão decantada “rigorosa fiscalização” do Banco Central no que tange a taxas e serviços, juros de mora e todo um rosário de cobranças que os correntistas veem em seus extratos. Até para manter uma conta, todo correntista paga uma taxa mensal, que varia de acordo com a ganância da diretoria de cada banco.
Por conta disso, os correntistas têm direito somente a um extrato “gratuito” por semana. Pode? Pode! Eles, banqueiros, estão livres, leves e soltos. São os donos do pedaço. Veja a desigualdade entre quem ganha rios de dinheiro como os bancos e, nós, brasileiros assalariados: nós pagamos Imposto de Renda; os bancos, a despeito de seus lucros exorbitantes, não! Não sei se a legislação mudou para que os bancos passassem a pagar IR. Mesmo que paguem, os lucros são fabulosos!
As grandes instituições bancárias deste país, como Bradesco, Itaú, Unibanco, HSBC e outros, e até mesmo as oficiais, como o Banco do Brasil, Basa, Banco do Nordeste e Caixa Econômica, têm lucros astronômicos que não dividem com seus funcionários, os verdadeiros geradores da riqueza dos bancos.
Em tempos remotos, diga-se de passagem, ser funcionário de uma dessas instituições oficiais era garantia de um bom salário e de muitas vantagens, como plano de saúde, auxílio “xis”, auxílio “y”, etc. Ou seja, o bancário de uma dessas instituições tinha amplas condições de sustentar sua família, dar bons colégios aos filhos, etc.
Hoje, os bancos oficiais – para barrar a ganância dos bancos privados – praticamente forçam seus funcionários com as mesmas exigências para cobrir cotas de vendas de planos de seguro, títulos de capitalização, de aplicação em renda fixa e uma enxurrada de outras “grandes vantagens” para os clientes. Em suma: são outros gananciosos.
Pior: essas cotas, como qualquer empresa de vendas, como os laboratórios farmacêuticos, têm data de fechamento – o bancário que fica sem cobrir sua cota por um ou dois meses vai para a linha de tiro ao alvo, isto é, está marcado para perder seu emprego num banco privado. Afinal, vender é uma habilidade que se pode adquirir à custa de muito treinamento. Mesmo assim, só a desenvolve quem tem facilidade, características para venda, dom que não é para todos.
Nas instituições oficiais… bem, o caso merece estudo e coragem de seus funcionários para virem a público denunciar a pressão que sofrem para se transformar em grande vendedor dos produtos do banco.
O resultado visível dessa forte pressão, hoje chamada pelos psicólogos de assédio moral, é um grande estresse, úlcera, insônia, perda de peso ou ganho exagerado de peso, desequilíbrio emocional e toda sorte de doenças do sistema nervoso. O mais estranho é que não se vê a Imprensa falar sobre este assunto. É como se ele não dissesse respeito a sociedade.
Em recente pesquisa junto a hospitais psiquiátricos sobre profissões que apresentam maior índice de distúrbios nervosos, os bancários ocupavam o topo da lista, seguidos de corretores de valores mobiliários e, pasmem os colegas!, de jornalistas, outra categoria mal remunerada em todo o país, exceto em canais de TV das Regiões Sul-Sudeste.
Também estou sendo prejudicado pela greve dos bancários, mas não vejo para eles outra solução que não a greve, até que os banqueiros decidam dividir os lucros exorbitantes com quem realmente os produz, os bancários.
* Jornalista e professor
o direito de greve sabemos que é justo seja qual for a categoria que vai para as ruas reivindicar por melhoras salarias agora esta greve dos bancários é uma sacanagem e falta de respeito para o povão que sofre nestas porcarias de terminais onde de cada agencia onde tem 10 terminais os bancarios que estão dentro da agencia disponibilizam somente 03 no maximo para o povão fazer saque e destes 03 somente para fazer deposito tem agencia da caixa econômica como por exemplo sa são luis rei de frança não tinha nenhum caixa eletrônico funcionando alegavam que não tinha funcionário na agencia mais havia porque podíamos ver do lado de fora cade o ministério publico para cobrar e fiscalizar estes caixas eletrônicos deveriam estar funcionando em sua totalidade na verdade só é bom para estes bancários pois o que tem de bancário fora da cidade viajando resolvendo seus assuntos particulares é uma festa enquanto este sindicado do pt coloca nas portas das agencias centenas de pessoas contratadas para fazer piquete e ficar nas postas da agencias estas pessoas não tem vinculo com o sindicato dos bancários nem tão pouco são bancários estão ali ganhando R$ 10,00 por dia isto ministério publico também tem que investigar só para finalizar este discurso tá mais que batido sobre o ganho por parte dos bancários todo mundo sabe disso porem todo ano é este velho discurso mais eles contribuem tambem para esta safadeza querem um exemplo o banco bradesco neste ano resolveu não aceitar mais em suas agencia titulos para pagamentos de outros bancos mesmo dentro do vencimento saque na boca do caixa abaixo de R$ 1.000,00 não fazem empurram ai o velhinho os idosos para os caixas eletrônicos para retirarem suas aposentadorias correndo risco assim de uma saidinha bancaria que ultimamente cresceu muito porque este sindicato não veio para as ruas protestar e criticar o bradesco por estas medidas acredito que tanto sindicato dos bancarios como a categoria que representa os banqueiros tudo é farinha do mesmo saco fazem este teatro todo mês de outubro depois no natal estão tudo de barriga cheia com seus salários gordos e gratificações e mordomias e o povão que se dane nas filas em casas lotericas e caixas eletrônicos ficando a merce dos bandidos para mais um assalto
Excelente matéria! O lucro dos bancos oficiais é para bancar as pedaladas fiscais da Dilma Rousseff.