Por Andrea Murad*
Estamos prestes a completar 10 meses do “governo da mudança” e o que se vê é a decepção estampada no rosto dos maranhenses. Todos os institutos de pesquisa atestam a rejeição do governo. E isso graças à postura e aos atos do próprio governador Flávio Dino que vêm revelando quais as suas reais prioridades, que estas são bem diferentes do que foi anunciado em suas promessas e programas eleitorais. Qualquer cidadão que necessite dos serviços públicos oferecidos pelo Estado é capaz de constatar bem essa diferença.
Mas neste artigo, quero aprofundar-me naquela que se transformou a real prioridade do governo, como a perseguição e a saga por extermínio de reputações de adversários ao governo. Isso mesmo, estamos diante de uma saga por extermínio de reputações, uma verdadeira violência para destruir as reputações de seus adversários, iniciada com a instalação de uma fábrica de dossiês onde o maior escândalo é a seletividade com que Flávio Dino demanda estas investigações. Tudo isso com o uso abusivo do aparelho estatal. A Secretaria de Transparência Pública e Combate à Corrupção foi instalada sob a égide do combate a este que é um dos grandes problemas de nosso país.
Contudo, o que se percebe é que na verdade foi criada uma espécie de Gestapo que tem como propósitos claros o resguardo dos crimes cometidos por aliados e a destruição da reputação dos opositores, aqueles que fizeram parte do governo passado. Cito o exemplo da prisão do ex-chefe da casa civil, João Abreu, que sempre se mostrou disposto a contribuir com a justiça. João Abreu teve prisão decretada sob a alegação de participação nos escândalos investigados pela Lava-Jato, sobre o precatório Constran para o governo.
Pois bem, o próprio juiz federal Sérgio Moro, conhecido nacionalmente por ser implacável com a corrupção e cabeça da operação, deu um parecer em que deixa claro que o envolvimento do ex-secretário não é comprovado: “evidentemente, falta melhor apuração dos fatos, sendo necessário provas que corroborem a palavra do criminoso colaborador”. Mas para Flávio Dino, é crucial o espetáculo promovido pela sua polícia.
João Abreu foi preso pela Gestapo de Flávio Dino com base única e exclusivamente na “palavra de um criminoso”. Tudo por caprichos de um governador que não consegue conter seu ódio ao invés de governar, passa todo o tempo focado em perseguir as pessoas. Esse é o Maranhão da mudança, da mudança para pior!
Quaisquer que sejam os alvos desse estado de exceção, se não há provas ou argumentos consistentes para uma prisão, devem ser atingidos apenas para saciar o desejo do governador que se esquiva de combater a corrupção em seu próprio governo, como por exemplo as várias denúncias que fiz sobre a cobrança de propina por parte de seus homens e mulheres de confiança. As investigações são indispensáveis, defendo o combate à corrupção e ainda, se há culpados, que sejam punidos, desde que se preserve os direitos constitucionais e não porque é desejo do governador.
Todos aqueles que são considerados ameaças ao plano de poder do governo comunista serão alvos desse estado policial que assola o Maranhão. Principalmente aqueles que fizeram história na gestão pública, aqueles que Flávio Dino quer ver apagados da história por uma pirraça que chega a ser infantil. Além de fascista, é usurpador. Quando não destrói, toma para si algo como se fosse seu. Muda nome, cores e até a própria história das obras que a população um dia foi testemunha.
A história nos prova que é inevitável a aparição de tipos assim e essa mesma história também nos mostra que nenhum reinado de terror ou estado de exceção dura para sempre.