De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog
Nunca a fala de um governador sobre momento político foi tão infeliz e repercutiu tão negativamente na grande imprensa do Sul do país quanto o discurso de Flávio Dino (PCdoB) durante a passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) por São Luís, segunda-feira, 10.
Agindo como militante do movimento estudantil, Dino fez gestos e coordenou até bandeiraços comuno-petistas, em pleno palanque em que Dilma cumpria agenda administrativa, para acusar de “golpistas” todos os que defendem o afastamento da presidente.
Se tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras”
Dino levou pancada de todos os grandes veículos – Veja, O Globo, Folha de S. Paulo – e foi ridicularizado pelos principais articulistas da internet. Sobretudo pelo fato de chamar de “golpe”, hoje, o que ele mesmo já fez em várias oportunidades.
O governador maranhense acionou seu adversário João Castelo (PSDB), nas eleições de 2008, por entender que a vitória do tucano não tinha sido legítima naquelas eleições. E ninguém classificou de golpe o seu direito de espernear. E também tentou cassar o mandato da então governadora Roseana Sarney, na Justiça Eleitoral, dois anos depois.
Sem falar na denúncia contra a mesma Roseana, já em 2014, pedindo intervenção federal no Maranhão, e na instrumentalização de advogados paulistas que inventaram um tal pedido de impeachment contra a mesma governadora na Assembleia Legislativa.
Se tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras.
E para um ex-juiz federal, o gesto soa ainda mais constrangedor.