O desembargador Paulo Velten encaminhou nota ao blog para refutar a notícia referente à denúncia do empresário Alessandro Martins.
O blog publica a íntegra, com a resposta que se faz necessária, logo após::
“Senhor jornalista Marco Aurélio D’Eça,
Relativamente à matéria publicada em seu “Blog” na manhã desta quarta-feira, dia 25/3/2015, sob o título “Alessandro Martins denuncia juízes e desembargadores ao Conselho Nacional de Justiça…”, e considerando que não fui ouvido antes da divulgação da matéria (como determina a boa ética jornalística), venho nesta oportunidade, tomando conhecimento da representação formulada pelo Sr. Alessandro Martins, exercer meu direito de resposta para o fim de esclarecer o seguinte:
1º) Ao contrário do que sugere a matéria publicada, colocando indistintamente meu nome num rol de magistrados “acusados”, a representação formulada pelo Sr. Alessandro Martins ao Conselho Nacional de Justiça não atribui a mim o recebimento de “uma propina de mais de R$ 4 milhões” para decidir contra a empresa Euromar;
2º) Do mesmo modo, aludida representação também não me imputa a posse de bens e estilo de vida incompatíveis com a minha renda;
3º) De concreto, a representação me responsabiliza por “estranhas mudanças de decisões” relacionadas com a majoração do valor de honorários dos advogados desafetos do Representante “sem justificativa e muito menos embasamento legal”, acusações que não se sustentam diante da análise do inteiro teor das decisões em questão e dos debates ocorridos nas sessões de julgamento, conforme demonstrarei no foro e no momento apropriados.
Com esses esclarecimentos, coloco-me à disposição de V. Sa. para ser ouvido previamente e ao julgamento das pessoas de bem.
Atenciosamente,
Desembargador Paulo Sérgio Velten Pereira”
Resposta do blog:
1 – A ética jornalística diz que, quando se trata de documento assinado e com autor definido – considerado “Fonte Zero” pelas principais escolas de jornalismo – não se faz necessário ouvir o outro lado, como frisa o desembargador, facultando-se a este “outro lado”, o direito de, se quiser, explicar-se em texto próprio, uma vez que o documento se explica por si só;
2 – Não foi o blog quem colocou “indistintamente” o nome do desembargador Paulo Velten “num rol de magistrados ‘acusados'”, mas o próprio empresário Alessandro Martins, como o desembargador deve ter visto, no “Pedido de Investigação e cassação de desembargadores”, já no topo da Representação, no item “Requeridos”.
3 – Ao contrário do que afirma o desembargador, em momento algum o post atribui a ele o recebimento de propina de R$ 4 milhões – ou qualquer outro tipo de acusação. O post é preciso, com trechos aspeados por citações da própria Representação, ao relacionar com este fato os juízes citados, não o desembargador.
4 – O blog não entendeu por que o desembargador sentiu-se atingido pela referência a “estilo e vida e posse de bens”, uma vez que também está claro no texto a quem se refere a citação do documento assinado por Alessandro Martins.
5 – É o próprio desembargador quem revela – e não este blog – que a referência a si se dá apenas no trecho “estranhas mudanças de decisões”, que nem sequer foi citada no post.
O blog também põe-se à disposição do nobre desembargador, ressaltando a crença intransigente na absoluta liberdade de imprensa, de expressão e de opinião – ainda que desagradável – como preceitos básicos da Constituição Brasileira e pilar das liberdades civis.
Atenciosamente,
Jornalista Marco Aurélio D’Eça