A comissão que apurou o assassinato do jornalista Décio Sá grampeou telefones de pelo menos cinco blogueiros durante as investigações, entre maio e junho do ano passado.
Foram grampeados os blogueiros Luis Cardoso, Luis Pablo, Neto Ferreira, Marcelo Veiria e Marcelo Minardi.
Também estiveram sob grampo entre os dias 29 de maio e 30 de junho de 2012 os agiotas Pedro Teles e Pacovan, além de Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, e os demais presos como mandantes da morte do jornalista.
Os dados fazem parte do relatório reservado da Secretaria de Segurança Pública, concluído em 19 de julho de 2012, ao qual este blog teve acesso.
Outros investigados foram o suplente de vereador Paulo Roberto Pinto, o Carioca (PRTB), o ex-vice-prefeito de Barra do Corda, Aristides Milhomem, e um homem identificado por Joab – que deduz-se ser Joab Jeremias, do PT, pelo fato de, em um dos interrogatórios, o delegado Jeffrey Furtado perguntara ao titular deste blog se ele conhecia “Joab do PT”.
No total, apenas neste grupo de investigados, a polícia catalogou 4.678 áudios, separando 429 deles, que foram considerados “relevantes” para o caso.
Além de Gláucio Alencar e os demais envolvidos presos, nenhum dos outros grampeados foi indiciado no processo da morte de Décio, uma vez que a polícia não encontrou qualquer ligação entre eles e o crime.
Mas estes grampos estão sendo usados pela defesa dos acusados para tentar anular o processo.
Motivo: a lei só permite 15 dias de interceptação telefônica.
No caso Décio, foram 34 dias…