Lobinhos, Rosas e Gardênias são frutos da política patrimonialista culturamente instalada no Maranhão. Filhos e netos herdam os mandatos como coisas de família, modelo que se reproduz interior a dentro.
São estruturas como esta que geram declarações de arrogância e truculência de rebentos encastelados. “Nossa família decidiu…”, diz um deles, em clara resposta ao “Ele vem pro meu lugar…”, afirmado por outra.
E nos jornais se vê que família tal disputará com família qual em Codó, por exemplo. Em outras, como Caxias, mais reprodução de guerras familiares por um poder que jamais alcança o povo.
Quem não tem filhos, ou eles não se demonstram aptos para a herança, reproduz o modelo com sobrinhos, como os Tavares e os Cafeteira.
E até a esquerda oposicionista já caiu no vício da capitania hereditária.
No PDT, o Lago-filho substitui o Lago-pai, como que vindo da “Europa civilizada” – onde passou a vida – para assumir o trono no reinado constituído com objetivo único de confrontar o outro reinado mais antigo.
No PT, são os Dutra que tentam se perpetuar, na Câmara e nos municípios; ou os Fernandes, que se substituem nos mandatos para manter-se encastelados.
O modelo perpassa as instituições e se instala no Judiciário.
Parentes de desembargadores e juízes dominam as salas de tribunais e os escritórios de advocacia, controlando o Direito e decidindo futuro de causas e questões.
Enquanto isso, os Silva comuns penam em hospitais carcomidos em busca de um auxílio médico que lhe alivie a dor; ou se perdem em delegacias subhumanas em busca de um cadinho de Justiça e paz.
E assim o Maranhão vai seguindo a sua sina, sob o signo de uma mentira incrustrada no solo fértil da região Norte.
Onde o direito de sorrir só é garantido aos sobrenomes.
Como presente de pai para filho…
Acho incrível que um assunto como esse crie tanto interesse, de tanta gente!
É inacreditável também que haja um político corajoso, consciente, coerente, competente e confiável, como esse Joaquim Haickel, num grupo político onde o normal é a corja da marca de um Paulo Marinho, um Ricardo Murad, um Manoel Ribeiro, um Max Barros, dentre tantos outros menores.
Parabéns Marco Aurélio por abordar o tema e parabéns Joaquim Haickel, por sua lucidez.
O texto é surpreendente, partindo de onde partiu. Entretanto, parabenizo vc pela forma certeira como descreves a realidade política deste pobre estado que, apesar de suas imensas riquezas naturais, não avança positivamente no cenário nacional.
O Joaquim até que vai, mas o Paulo Mirinho… meu DEUS,que CARA DE PAU!!!!!
Marco parabéns pelo texto, os comentários de, meu amigo, Joaquim Haickel e Joni Rocha completam com chave de ouro.
Fico feliz em ver independência na nossa imprensa .
O melhor texto que eu já li. Muito bem, adorei…Parabens pela análise!!!
Marco vc realmente e um craque, mas na política quem deveria realmente passar o bastão ,não e o pai,sim o povo com o seu voto.infelizmente nos ainda somos incompetentes.
Parabéns
Marcos, Fica muito pouco a acrescentar ao que Joaquim, lucidamente, escreveu, mas, como citado de forma indireta, devo esclarecer ao amigo que não sou filho de politico. Comecei, junto com Joaquim, ainda no colégio BAtista onde estudamos, nas lides Interactianas, era o “dar de si sem pensar em si”, uma forma rotaria de atender aos mais necessitados, depois veio a UFMA, o Diretório Estudantil do qual fui presidente, a greve da meia passagem, e, finalmente, a politica…Antes, devo dizer, trilhava uma bem sucedida carreira advocaticia, com clientela acurada e trabalho exemplar…Veio o retorno a minha terra natal, Caxias, uma luta sem treguas, que me ceifou o mandato por um ato que nao pratiquei (constatado por laudos da PF e PC), mas…o momento politico impunha a retirada da minha presença do cenário politico do estado. Paulinho, meu filho, que foi candidato a deputado federal e obteve expressiva votação apesar do curto periodo de campanha, tem opinião propria, personalidade e carater exemplar, e formação academica de excelencia (formado em administração pública pela ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS DE SÃO PAULO). Não posso, nem devo, impedir que sonhe e resolva submeter o nome ao jugo popular, alias, no Brasil, a todos é permitido isso, independente da familia a que pertencem, seria desigual se isso nao fosse possivel, mas é, cabe aos eleitores a escolha, e como se algum familiar seu resolvesse ser jornalista, voce, como democrata e grande jornalista que é, certamente nao impediria, iria torcer para que fosse tão bom quanto voce, levando aos leitores a informação qualificada e isenta. um abraço,
Resp.: Um abraço, meu caro. E obrigado pelos esclarecimentos.
Simprismente nota DEZ
Simples, clara e objetiva. Excelente analise, diria que uma das melhores ja feita no seu blog.
Muito bom o texto: claro e imparcial; que mostra a triste realidade da perpetuação do poder num Estado desinformado como o nosso. Possível solução: educação, educação e educação pro povo.
Parabéns !!!!
Marco parabens por abordar esse tema HEREDITARIEDADE no artigo pais et filhos pense na pior forma para a renovação Política , mas é o que mais vemos na nossa deformada democracia:
O povo paralisado ,atonito sem igualdade de oportunidades,sem uma educação para formar cidadãos,Professores lutando pelo PISO salarial Escolas sem horario Integral,Deputados lutando por EMENDAS,
SENADORES SEM VOTOS decidindo todos os assuntos da Maior RELEVANCIA da REPUBLICA o POVO amordaçado …Será que algum dia poderemos chegar a um Estado democrático de Fato?
nota dez joaquim, pelo comentário, pela honestidade no relato, quando diz que foi eleito a 1ª vez por méritos de seu pai, isso é dignidade, eu respeito joaquim por ter coragem de dizer a verdade. bem como quando diz que existem filhos de politicos que podem ser visto como exemplos de honestidade e seriedade. parabéns marco e joquim.
Caro Marco, muito boa e corajoso análise, e não estou exagerando. Se bem que falou das “Rosas” mas não teve coragem de falar no sobrenome Sarney e Lobão e inclui, penso que má fé, me permita, o Dutra. Mas o Dutra? Por quê? Justifica-se? Penso que não. No mais, que bom ter flado no assunto. abraço!
Parabéns pelo texto. Dessa vez vou concordar contigo. Quando escreves o que realmente vc pensa, é um dos melhores jornalista do Maranhão. Por que não sempre assim ? Abraço.
Marco, todos podem se candidatar mais o povo e quem decide, quem entra, quem fica e quem sai da política, então, cabe ao povo tomar a decisão certa na hora de votar, e não vender seu voto, como a maioria.
Concordo com todos os comentários, em especial o de Joaquim Haickel, só vejo um problema, a maioria dos políticos têm na totalidade do seu tempo o foco voltado para os assuntos pertinentes ao cenário político e esquecem-se de acompanhar o filho na idade de formação de personalidade, imaginem tem deputado que possue 10 números de celular, e mês a mês descartam o número mais antigo, o telefone toca um assessor atende com o deputado do lado e manda dizer que não está, e o filho olhando, a política vive muito próximo a mentira,mentir é algo banal no cenário político, e o filho olhando, a política vive muito perto a troca de favores nada convencionais, e o filho olhando e pior, aprendendo, qd cresce vê o filho completamente alienado com tudo que aprendeu no seu dia a dia, com os atos praticados pelo pai, como não dá para ir para o mercado, que é competitivo, vms fazer desse menino um Prefeito, um Deputado, vem a máquina com o maior dos combustíveis, capaz de eleger até poste, que se chama DINHEIRO, e o resto da história vcs já sabem.
Concordo em partes com você. Não devemos esquecer que a questão política/família não existe somente no Maranhão ou no Brasil. Temos exemplos nos países de 1º mundo também, é o caso do Bill Clynton (ex-presidente)e sua esposa Hillary Clynton (senadora), tem os Bush pai e filho (ex-presidentes), além de vários e vários casos nos países asiáticos e mundo a fora.
e os SARNEYS?
Marco, seu texto está quase perfeito! Se me deres a oportunidade vou tentar acrescentar um ingrediente que talvez possa servir, não para melhorá-lo, mas para dar uma outra dimensão ao assunto.
Tomo meu próprio exemplo para isso: Filho de Nagib Haickel, fui eleito deputado estadual pela primeira vez em 1982 por exclusiva influencia do prestigio de meu pai. Para mim aquele mandato foi muito melhor que para o povo do Maranhão, pois nele eu aprendi no dia a dia o que era ser um parlamentar. Em seguida, também por influencia de meu pai, mas já com certa independência, me elegi deputado federal constituinte e dessa vez com um pouco mais de conhecimento consegui me sair melhor, mas em minha opinião, ainda não o suficiente, porem já não era mais simplesmente o filho de Nagib, comecei a me construir, me solidificar como político e parlamentar.
Resolvi então não me candidatar em 1990, resolvi dar um tempo, me distanciar para ver o cenário. Trabalhei no governo Lobão, nos assuntos políticos e na educação. Não participei do primeiro governo de Roseana. Foi quando meu pai morreu e todos achavam que eu deveria me candidatar, mas resolvi que deveria arrumar a casa, vida de nossa família, organizar nossas empresas.
Em 98 resolvi me candidatar novamente, agora não era mais filho de Nagib, era simplesmente Joaquim. Elegi-me três vezes consecutivas e acho que pude compensar o Maranhão e o Brasil pelo credito educativo dos primeiros mandatos conseguidos com o apoio e a influencia de meu pai.
É ai que queria chegar. Você tem que ser filho de alguém, e é bom que se tenha pai e mãe e que nos orgulhemos deles e que eles nos dêem oportunidades. É bom que o padeiro ensine seu filho a fazer pão, o açougueiro ensine seu filho a cortar carne… Mas não é obrigado que alguém que detenha o conhecimento ou o poder sobre um determinado setor, imponha seu filho incompetente operando nele, se assim o fosse estaríamos em uma sociedade de castas fechadas, e graças a deus não estamos.
Acho que não podemos generalizar, pois nem todos os políticos que são filhos de políticos são maus políticos, exemplos disso nós temos vários: Luis Eduardo Magalhães era filho de ACM; Rubens Junior é filho de Rubens Pereira; Sarney Filho e Roseana são filhos de Zé Sarney e Flavio Dino é filho de Sálvio Dino.
Veja bem, o inverso é interessante. Alguns filhos de grandes políticos não deram pra nada na política: Filhos de Vargas, de Kubitschek, de Prestes, de Brizola, de Janio, de Jango…
O que alguns políticos poderosos deveriam fazer era parar de insistir em candidatar pessoas incapazes de representar o povo, seus grupos políticos ou até mesmo seus interesses!
Espero ter contribuído!
Abraço,
Joaquim Haickel.
Resp.: Irretocável seu comentário. Como sempe, lúcido e coerente.
Belo artigo, seria perfeito se não fosse pela ausência mas simbólica e expressiva desse modelo de política que você tão bem descreveu, que é o da dinastia Sarney. Pai, filhos, sobrinhos, irmãos, genro, cunhado e toda a corte
Belo texto Marco.
Parabéns!!
citando um dos seus exemplos, o Lago Filho, me diga como é que o povo pode votar em um homem desses que nunca apareceu aqui em São Luís, nem nas campanhas do Pai dele?
Como é que o PDT e seus simpatizantes aceitam uma situação dessas? Ele vem do nada e já vem mandando em tudo como se fosse o Jackson ressuscitado?
E vou mais longe, quando conseguimos eleger alguem que não pertence aos grandes grupos e às grandes familias, este se perde dentro do sistema e acaba fazendo pior…
E por falar em grandes sucessões, alguma notícia do Tadeu Palácio? Pra onde ele vai depois de arruinar a Secretaria de Turismo do Estado?
O Jura tá é ferrado com seu gabinete, tem gente até aprendendo do serviço agora pra se mostrar pro novo chefe.
Resp.: O Tadeu já descartou entrar em partido da base de Roseana, o que o coloca a caminho do PPS ou PCdoB. Quem sabe até de volta ao PDT.
Mais uma vez você produz um texto excepcional. Parabéns!
E o resultado desse modelo aparece em avaliação como a que acaba de ser divulgado pelo MEC. O Maranhão não tem uma escola dentre as que se destacaram na avaliação. O estado do Piauí, mais uma vez coloca uma escola pública dentre as dez melhores do País.
Lamentável!
Ah! Parabéns pela publicação!
Concordo plenamente com você ,mas esquecertes de citar a cidade de São Bernardo ,que já se tornou Dinastia dos Almeidas(40 anos de mandos e desmandos).O município de Santana foi dismenbrado e o filho João Sebastião assumiu o comando.Eita Maranhão bom !
Muito bom,
Só haverá mudança social, quando houver conciência das classes!!!
Tirar os lobos e os demais clãs do poder, só depende de nós mesmos, temos a arma mais poderosa que já inventaram, pena que a maioria não tem se quer noção de que um voto pode mudar as nossas vidas…
Caro Marco, este texto com suas afirmações está exato em sua essência quanto a natureza política do Maranhão, pois é compartilhada por funcionários públicos para perpetuação nos cargos pagos pelos escravos contribuintes.
Parabéns pela matéria.
Belo texto, Caro Marco, é isso mesmo!
saudações cruzmaltinas,
ricarte
Muito boa sua análise, Marco. Infelizmente é uma realidade que se perpetua ,aqui e no Brasil.Lembra a sociedade estamental da Idade Média.
Mandou bem cara. Mas, cuidado pra não perder seu emprego.
Falou e disse somente a verdade, nada mais que a verdade.